Representantes do Banco Central (BC) reuniram-se na manhã desta terça-feira com o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e comprometeram-se a entregar cópias de todos os relatórios e fiscalizações feitas pelo BC nos bancos Rural e BMG desde 1998. Os documentos já haviam sido solicitados pelos parlamentares, mas os técnicos da instituição alegaram não ter compreendido o ofício em que o pedido foi feito, informou o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), também presente à reunião.

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A visita dos representantes do BC aconteceu depois que o ex-superintendente do Banco Rural Carlos Godinho afirmou na CPI que os empréstimos feitos pelo banco ao PT e à agência de publicidade SMP&B, do empresário Marcos Valério, foram atípicos e que o Banco Central não teria fiscalizado as movimentações da maneira esperada.

Serraglio acredita que apenas com os processos de fiscalização do BC na mão será possível saber se houve, como acusou Godinho, diferença na forma de fiscalização do Banco Central, feita pelo primeiro escalão, e no prosseguimento das investigações. O relator pretende investigar especialmente a atuação do Conselho de Contribuintes do BC, do qual participava o procurador Glênio Guedes, acusado de envolvimento no suposto esquema de lavagem de dinheiro do empresário Marcos Valério.

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Osmar Serraglio afirmou que os representantes do BC pretendem contribuir com propostas à CPI. Além disso, o Banco Central cederá mais um funcionário para ajudar nas investigações da comissão. Serraglio confirmou para a semana que vem a divulgação de mais um relatório parcial da CPI dos Correios.

Os funcionários do Banco Central que participaram da reunião com Serraglio e com o deputado Eduardo Paes foram o diretor de Liquidação e Desestatização, Gustavo do Vale, o assessor parlamentar Luiz Couto, o chefe do Departamento de Supervisão de Bancos e de Conglomerados Bancários, Osvaldo Watanabe, o chefe do Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros e Supervisão de Câmbio e Capitais Internacionais, Ricardo Liáo, e o gerente de Fiscalização de Belo Horizonte, Walter Cançado.