Obras
Sistema de abastecimento na região será ampliado em 30%
A Caixa Econômica Federal financiará R$ 73,4 milhões para obras do Projeto Tibagi, que permitirá ampliar em 30% a capacidade do sistema de captação e abastecimento de água em Londrina e Cambé (Norte do estado) passando de 1.800 litros por segundo para 2.400 litros por segundo. O contrato de financiamento da obra foi assinado ontem pelo governador Roberto Requião e o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, em Londrina. Também foram assinadas a ordem de serviço para ampliação do sistema de esgotamento sanitário, o que irá elevar o nível de atendimento da rede de esgoto de Londrina de 87,65% para 90,41%.
O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), agradeceu o compromisso do governo do estado com a cidade e os investimentos feitos na cidade. "Saberemos reconhecer nas urnas o compromisso com Londrina", disse Barbosa Neto.
Além dos repasses para obras na área de água e esgoto, ainda foram assinadas ontem as liberações de verbas ao município destinadas à cultura e agricultura.
Serão destinados R$ 800 mil para a Secretaria Municipal de Agricultura para projetos de inclusão digital e transferência de tecnologia das universidades estaduais para pequenos agricultores da região. Londrina ainda receberá R$ 400 mil para aplicar no novo mobiliário e informatização da Biblioteca Pública Municipal. Além disso, os repasses também servirão para a execução de um projeto para a reforma do Museu de Arte de Londrina. Os contratos referentes a esses recursos foram assinados pela secretária estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto.
O governador Roberto Requião (PMDB) perdeu a paciência e bateu boca ontem com manifestantes que tentaram falar com ele durante a sua visita a Londrina (Norte do estado). O governador chamou os manifestantes de mal-educados e de "molecagem" o fato de interromperem seu discurso. "Eu nunca gritei na presença de um governador. É uma falta de respeito e não me interrompam mais", gritou com os manifestantes depois que vários afirmaram que o processo de consulta pública para a instalação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Esperança foi uma mentira.Os cerca de 25 manifestantes que acompanharam na prefeitura de Londrina a cerimônia de assinatura de contratos para o sistema de água e esgoto no município são moradores da Chácara São Miguel um conjunto de moradias rurais na zona sul da cidade. Eles tentam impedir a construção da estação de tratamento Esperança no local. A preocupação do grupo é que a estação provoque mau cheiro e prejudique a produção de alguns agricultores.
Apesar das reclamaçãoes dos moradores da Chácara São Miguel, o governador disse que a questão está encerrada. "Vai ser lá. Será uma usina moderna, isenta de cheiro e que ainda vai gerar energia. Protestos vão acontecer sempre, mas esta decisão foi tomada de forma técnica", afirmou. De acordo com ele, o governo vem investindo milhões de reais na saúde de Londrina "mas nada disso adianta se não tem esgoto e água tratada", justificou.
Ao final da cerimônia de assinatura dos contratos, os manifestantes cercaram Requião e tentavam falar com ele novamente. "Hoje, o senhor é governador, mas quando morrer vai ser como outro qualquer e Deus estará anotando tudo isso", disse uma das manifestantes. Requião foi irônico e respondeu que não vai morrer.
Sanepar
Antes da chegada de Requião à prefeitura de Londrina, duas moradoras da Chácara São Miguel, Maria Elisa Castanha e Vera Victorino, discutiram com o presidente da Sanepar, Stênio Jacob. "O senhor sabe do grande número de moradores da região e que existem quatro outros pontos que poderiam receber a estação de tratamento sem problemas?", questionaram. Jacob disse que todo o processo de instalação foi discutido com os moradores informação que as manifestantes rebateram. "Publicaram a chamada para audiência pública em jornal de Apucarana. Isto não é querer fazer as coisas por baixo do pano?", afirmou Maria Elisa.
De acordo com Jacob, os protestos são normais. "Quando fomos implantar o sistema Tibagi, disseram que não poderia ser feito porque as pessoas iriam beber água com agrotóxicos. Entretanto, não houve nada disso. Imagina se não houvesse esse sistema hoje?", argumentou.
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