O governador Roberto Requião (PMDB) afirmou ontem que, mesmo com a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná, a reeleição continua "fácil". A declaração foi feita antes da reunião semanal com o secretariado. Apesar do desdém ao adversário, Requião parecia irritado e aproveitou a reunião para criticar o senador Alvaro Dias (PSDB) por ter participado do lançamento da candidatura de Osmar e acusar alguns partidos políticos de terem pedido dinheiro em troca de apoio eleitoral. O governador, no entanto, não quis revelar às quais siglas partidárias se referiu.
"Esta continua sendo uma eleição fácil. Respeitamos o adversário, mas continua fácil, em função do trabalho que o governo fez, do número de obras e resultados obtidos", declarou Requião. "A Sanepar é nossa, a Copel é nossa. Construímos as usinas de Santa Clara e do Fundão, readquirimos a usina de gás UEG e pusemos o Paraná de pé", disse ele, em tom de campanha.
Publicamente, o governador confia na facilidade da reeleição. Mas a companheiros de partido, como o secretário especial de Representação do Paraná em Brasília, Nivaldo Krüger, Requião teria afirmado que "agora há adversário", referindo-se a Osmar Dias.
Questionado sobre a coligação do PMDB com o PSDB, Requião escapou da pergunta. "É proibido dar entrevistas neste período." Durante o discurso de abertura da reunião, porém, ele acabou falando sobre eleições. "Ontem (segunda-feira), nós acabamos de recusar um pedido de três quilos de alcatra, para bom entendedor, meia palavra basta", declarou. "Três quilos de alcatra de unicórnio do chifre dourado em troca de apoio. Não vamos comprar apoio de ninguém. Para comprar apoio, só pode ser com dinheiro roubado", disse o governador. No "politiquês", a expressão " um quilo de alcatra do unicórnio de chifre dourado" significa R$ 1 milhão. Entre os partidos que já conversaram com o governador Roberto Requião sobre aliança com o PMDB, estão PP, PTB e PSDB, além do próprio PDT.
O governador atiçou também as desavenças que tem com o senador Alvaro Dias. "Um candidato do PSDB ao Senado apoiando o candidato do PDT ao governo. Isso é crime eleitoral", afirmou Requião. "O candidato do PDT à presidência da República é o Cristovam Buarque e um candidato peessedebista não pode apoiá-lo. Salada geral, confusão absoluta."
O apoio de Alvaro a Osmar irritou o governador porque ele ainda conta com uma aliança entre PSDB e PMDB. "Existe a possibilidade de o PSDB vir conosco sem alcatra, em uma decisão de convencionais. Nós daríamos o cargo de vice-governador ao PSDB e estaríamos lançando um candidato forte ao Senado, contra os açougueiros do alcatra do unicórnio dourado", disse.
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