Dois candidatos ao governo do estado conseguiram dobrar seu patrimônio desde as eleições de 2002, quando foram eleitos. De acordo com os bens declarados no registro de candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o governador Roberto Requião passou de uma soma de R$ 654 mil, há quatro anos, para R$ 1,4 milhão. O senador Flávio Arns (PT) teve seus bens aumentados em 108% no mesmo periodo.

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Os 11 candidatos ao governo do Paraná foram obrigados a apresentar a declaração de propriedades e aplicações financeiras à Justiça Eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou ontem os dados pessoais dos concorrentes na internet.

O governador conseguiu aumentar em 115% o seu patrimônio enquanto esteve no Palácio Iguaçu. Dentre as aquisições recentes, está um apartamento em Camboriú, litoral catarinense, avaliado em R$ 300 mil. Requião permaneceu com títulos dos três mais tradicionais clubes da cidade (Curitibano, Graciosa Country e Santa Mônica). A assessoria de imprensa do governador disse que não comentaria o assunto.

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Flávio Arns, que antes de ser senador era deputado federal, teve como maiores aquisições nos últimos anos uma casa na Avenida Presidente Kennedy, em Curitiba, avaliada em R$ 240 mil, e dois automóveis novos – um Citroen Xsara Picasso 2003 e um Honda Fit 2006. De acordo com a coordenação de campanha de Arns, tanto a casa quanto os dois automóveis ainda não estão quitados, e da casa restam ainda perto de R$ 150 mil a serem pagos em forma de financiamento. Retirado esse valor, de acordo com a coordenação, a evolução do patrimônio foi compatível ao aumento de salário do senador.

Dos candidatos ao governo do Paraná, o mais rico é o senador Osmar Dias (PDT), com bens que somam R$ 3,7 milhões – 45% a mais do que ele tinha em 2002. Fora da política, a atividade principal de Dias é como produtor rural.

Os bens do senador devem valer mais do que o balanço apresentado ao TRE. A declaração não cita valores de uma colheitadeira, três plantadeiras, quatro pulverizadores, duas semeadeiras e seis tratores, todos equipamentos usados. No mercado, somente uma colheitadeira nova vale de R$ 300 mil a R$ 400 mil, dependendo do modelo, e o preço de um trator novo varia de R$ 70 a R$ 130 mil.

A assessoria de imprensa de Osmar Dias disse que os preços não foram declarados porque a Receita Federal não obriga a especificação dos valores dos equipamentos agrícolas. Como há depreciação das máquinas, seria preciso uma avaliação técnica para definir o valor. O aumento do patrimônio do senador, em quatro anos, teria sido basicamente pelo acúmulo de venda de safra agrícola, além da evolução natural dos bens.

O patrimônio de Rubens Bueno (PPS) aumentou 20% nos últimos quatro anos. De acordo com o secretário geral do partido, Rubico Camargo, o crescimento se deve basicamente à evolução natural dos bens, além de ganho com aplicação em fundos de previdência. Sem mandato, Rubens Bueno recebe salário como dirigente do PPS.

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O senador Alvaro Dias, que também foi candidato ao governo em 2002, pelas declarações apresentadas ao TRE, teve diminuição do patrimônio. De R$ 3,8 milhões em 2002, passou para R$ 1,9 milhão neste ano. Pelos bens declarados, essa diminuição deve-se, principalmente, a um lote de terras em Maringá, avaliado em R$ 2,8 milhões em 2002, que não está mais em seu nome.