Crítico ao projeto da reforma da Previdência encaminhado pelo governo ao Congresso, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), sondou o senador paranaense Roberto Requião (PMDB) para assumir a relatoria da proposta na Casa.
“Renan procurou, é verdade. Claro que vou aceitar, mas vamos aguardar”, afirmou Requião. No momento em que confirmou o convite, o senador estava na tribuna do plenário e na sequência iniciou um discurso em que classificou o projeto do governo como um dos “maiores embustes da história” e adotou o discurso de que a previdência pública não está em “déficit”.
“Depois de ler e reler as propostas da reforma da Previdência, originárias do governo, depois de ouvir desde conterrâneos no Paraná até qualificados especialistas no assunto, concluo que estamos diante de um dos maiores embustes da história brasileira. Mais do que isso estamos diante de uma das maiores crueldades que se ousou se perpetrar contra o nosso povo”, afirmou Requião.
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Em suas críticas, o senador considerou que a proposta discutida atende apenas aos interesses do “grande capital” em detrimento dos cidadãos. No discurso, Requião também atacou alguns dos eixos centrais da proposta com a que trata do tempo mínimo de contribuição.
“Querem agora exigir o mínimo de 65 anos de idade e uma contribuição de 25 anos para a aquisição desse direito que sequer é uma aposentadoria integral, mas apenas 50% de uma média. Não, não vou me ater a detalhes. Vou procurar mostrar a natureza das forças fundamentais que estão por trás desse projeto. Em uma palavra, o que se pretende com a iniciativa Meirelles-Temer é abastardar a previdência contributiva pública, a previdência financiada pelos trabalhadores e pelos patrões a fim de piorá-la, degenerá-la para abrir espaço para a previdência privada, financiada apenas pelos trabalhadores.”
Sondagem é mais um gesto de Renan na contramão dos interesses da cúpula do governo
A sondagem de Renan para Requião assumir a relatoria da proposta é mais um gesto do líder do PMDB na contramão dos interesses da cúpula do governo. A contrariedade com projeto também foi demonstrada pela ausência do senador no anúncio feito na noite de terça-feira ( 21) pelo presidente Michel Temer, em que ficou definido que a proposta se restringiria aos servidores federais.
Além de não querer sair na foto ao lado de Temer durante o anúncio, Renan vem dando declarações de que a proposta que passará pela Casa será “a possível”. Atualmente, o projeto tramita em comissão especial da Câmara e somente após passar pela Casa será encaminhado para o Senado.
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