O montante de recursos no fundo previdenciário da Paranaprevidência poderia ser duas vezes maior. A falta de repasses durante os governos de Roberto Requião (PMDB) e Beto Richa (PSDB), sozinha, foi responsável pela falta de R$ 7 bilhões no fundo.
Além disso, houve perdas decorrentes da aplicação de uma alíquota de 10% dos salários com contribuição dos servidores, inferior ao mínimo constitucional, e à não contribuição de aposentados e pensionistas que ganham acima do teto. Essas duas medidas foram revertidas no fim de 2014. Hoje, o fundo tem em caixa R$ 8,3 bilhões.
Para Renato Follador, idealizador do modelo adotado pela instituição, se os repasses tivessem sido feitos adequadamente e as alíquotas previstas na lei fossem mantidas, o fundo teria capacidade de bancar, em um futuro relativamente próximo, todas as aposentadorias. Com isso, o estado teria mais recursos para investimento e custeio.
Para Follador, a ausência de repasses foi “o crime mais grave” contra a previdência. Mas a decisão de manter a alíquota de 10% pode ter representado, em 30 anos, 31% a menos no valor do fundo. Além disso, se houvesse investimentos em ações, segundo cálculos de Follador, o fundo hoje poderia ter R$ 937 milhões a mais.