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Aliança com tucanos só ocorrerá se eles toparem o "chapão", diz Serraglio

Chico Marés

Presidente estadual do PMDB, o deputado federal Osmar Serraglio visitou ontem os colegas de partido na Assembleia Legislativa para discutir a situação no Paraná e tentar agilizar o processo decisório sobre a participação da legenda nas eleições. "Quando você tem muitas propostas, acaba não tendo nenhuma", disse ele sobre os diversos cenários possíveis para o partido.

Para o deputado, que venceu a disputa com Roberto Requião pelo comando da sigla em 2012, a tendência é que o PMDB apoie a reeleição do governador Beto Richa (PSDB). Nas contas de Serraglio, os deputados estaduais teriam votos suficientes para isso. "Os deputados estaduais têm mais vínculos com os delegados. Não adianta fazer reuniões, levar gente, isso dá só aparência", afirmou, referindo-se aos eventos promovidos por Requião no interior.

Serraglio alerta, entretanto, que a aliança com o PSDB só ocorrerá se o partido topar o "chapão" – deputados do PMDB, do PSDB e de outros partidos concorrendo sob a mesma chapa. "[Sem o chapão] vai ficar difícil. É um pressuposto. É nesse sentido que o PMDB precisa ter uma definição mais rápida, para que o chapão não se torne inviável. Se isso acontecer, perde-se o argumento da necessidade de ir com o Beto", alerta.

Além do apoio a Richa, o partido também pode se aliar com o PT ou lançar duas candidaturas próprias: Requião e Orlando Pessuti. Em qualquer um dos cenários, Serraglio acredita que há risco de o partido ir rachado para as eleições. "O risco sempre existe", conclui.

  • Serraglio, presidente estadual do PMDB: tentativa de agilizar as decisões sobre os apoios

Enquanto o governador Beto Richa (PSDB) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT) – pré-candidatos ao governo do Paraná – trocam farpas em eventos públicos e mantêm agendas coincidentes, o senador Roberto Requião (PMDB) iniciou uma série de viagens pelo interior do estado para tentar viabilizar sua candidatura. Por enquanto, o PMDB está dividido. Há quem prefira apoiar a reeleição de Richa e um grupo é simpático à adesão na campanha de Gleisi. O senador, porém, começa a mobilizar os diretórios municipais na tentativa de angariar delegados que votem a favor da proposta de candidatura própria na convenção do partido, que ainda não tem data definida.

As viagens de Requião começaram no dia 31 de janeiro e ele tem visitas agendadas até 4 de abril. Até lá, Requião deverá passar por pelo menos 20 cidades do interior e Região Metropolitana de Curitiba. Com o intuito de "despertar as bases do partido para a eleição", Requião tem se encontrado com correligionários para defender a candidatura própria. Caso essa seja a opção escolhida, o PMDB poderia lançar Requião ou Orlando Pessuti encabeçando a chapa.

Em entrevista às rádios locais, na manhã de ontem, o senador afirmou que, sem a candidatura dele, a petista Gleisi Hoffmann não teria chance de ir ao segundo turno. "Sem a candidatura própria, a chance da reeleição de Richa é muito grande", disse Requião. Ele criticou os dois pré-candidatos, afirmando que a atuação de Gleisi na Casa Civil no governo federal fez com que ela "desaparecesse" e que o governo de Richa é "incompetente" e a atual gestão já teria "acabado".

Com relação ao apoio de deputados da bancada do PMDB a uma possível coligação com o PSDB, Requião aponta que eles não têm a maioria dos delegados no interior. A afirmação foi rebatida pelo presidente estadual do PMDB, Osmar Serraglio.

Interior

De acordo com assessores do senador, as reuniões feitas no interior do estado têm pauta parecida. Reunido com políticos e militantes, Requião quer mostrar que o governo não vai bem e que ele seria o candidato ideal, pois já teria experiência como governador e seria capaz de resgatar as finanças do estado. "Estou muito bem no Senado. Mas se os companheiros quiserem retomar o governo do Paraná, me chamem que eu vou", afirma.

Um dos ex-presidentes da sigla no estado, Milton Buabssi, que acompanha as reuniões de Requião, diz que a decisão pela candidatura será feita na convenção. "Os delegados terão liberdade para decidir. Mas Requião é o candidato hors concours", diz.

Sérgio Ricci, assessor parlamentar do senador, descreve que no interior do estado, com as bases do partido, a situação é animadora. O grupo pró-Requião não acredita que o partido enfrente as eleições de outubro sem consenso.

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