Requião: senador já foi prefeito de Curitiba na década de 80| Foto: José Cruz/Ag. Senado

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PV nega ter convidado Fruet

Heliberton Cesca

O comando do Partido Verde (PV) negou ontem que tenha convidado o ex-deputado federal Gustavo Fruet a ingressar na legenda e deixar o PSDB. O vice-presidente do PV no Paraná, Aluisio Nascimento, desmentiu a informação de que dirigentes da sigla tenham conversado com o tucano para que ele mude de partido. "Conversa formal com ele não teve. Não há nada oficial."

O vereador do PV e amigo de Fruet, Paulo Salumani, também afirmou que não houve convite ao ex-deputado federal, mas acenou que o partido gostaria de recebê-lo, caso ele deixe o PSDB. "Qual o partido não gostaria de tê-lo?"

A informação sobre a possível mudança de Fruet para o PV veio à tona por causa da divisão dentro do PSDB em relação à eleição municipal do ano que vem. Uma ala dos tucanos defende o lançamento de Fruet como candidato à prefeitura de Curitiba, mas a que comanda atualmente o diretório municipal prefere apoiar o prefeito, Luciano Ducci (PSB), à reeleição. Ducci assumiu o município com a renúncia de Beto Richa para se candidatar a governador do Paraná, em março do ano passado. O atual prefeito contaria com a preferência de Richa para tentar mais um mandato com o apoio tucano. (HC)

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O senador e ex-governador Ro­­berto Requião (PMDB) surpreendeu ontem o meio político paranaense ao afirmar estar disposto a disputar a eleição para prefeito de Curitiba em 2012. A declaração foi dada menos de seis meses depois de ele ser eleito senador da República, cargo com mandato de oito anos. Requião já foi prefeito da capital na década de 80.

O anúncio da pré-candidatura foi feito por meio de mensagem postada no site Twitter: "O Senado me empolga, mas se for pela minha ctba [Curitiba] e para resgatar o nosso PMDB, convocado, disputo a prefeitura", escreveu o senador.

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A vontade de Requião em voltar a disputar eleição prestes a completar 70 anos – o aniversário é amanh㠖 empolgou dirigentes do partido. Mas, dentro do PMDB, houve quem viu na iniciativa uma manobra para fortalecer o atual presidente do partido em Curitiba, Doático Santos, em sua tentativa de reeleger-se para o comando da sigla, em disputa que acontecerá no próximo dia 29.

Em jogo, está o posicionamento do PMDB nas eleições do ano que vem na capital. Uma ala do partido defende a candidatura própria, mas outro grupo estaria disposto a apoiar o atual prefeito Luciano Ducci (PSB), em troca de cargos na estrutura da prefeitura. Segundo algumas lideranças do PMDB, o lançamento do nome de Requião para a prefeitura teria a intenção de abafar a possibilidade do nascimento de outras candidaturas dentro do partido em Curitiba, como as dos deputados Marcelo Almeida (federal) e Stephanes Júnior (estadual).

Pela tese dessas lideranças, o anúncio de Requião fortalece a reeleição de Doático, aliado histórico do ex-governador. Doático inclusive já estaria conduzindo as conversas com Ducci para o PMDB apoiá-lo no ano que vem. No mês passado, por sinal, o próprio Requião autorizou oficialmente o partido a conversar com Ducci para apoiá-lo na reeleição à prefeitura.

"Grande liderança"

A reportagem não conseguiu conversar com Requião para que ele pudesse esclarecer o anúncio feito pelo Twitter. Mas alguns dos principais dirigentes do partido no Paraná e em Curitiba ficaram animados com o anúncio do senador.

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"Ele é a grande liderança do partido no estado. Dentro da legenda, é o único nome com densidade eleitoral que pode concorrer com sucesso à prefeitura de Curitiba", disse o presidente do PMDB paranaense, deputado estadual Waldyr Pugliesi. "O sonho dos movimentos sociais é uma chapa Requião e [o petista Ângelo] Vanhoni [deputado federal e ex-candidato a prefeito de Curitiba]. A oposição só não ganha se não quiser", disse Doático.

Até o peemedebista Luiz Cláu­­dio Romanelli, secretário do Trabalho no governo de Beto Ri­­cha (PSDB) – tucano que é ad­­­versário político de Requião – declarou apoio ao senador. "Seria uma ótima alternativa. Só depende dele. Com certeza absoluta o partido daria legenda." Ques­­­tionado se isso não poderia contrangê-lo por exercer cargo ao lado da administração comandada por um grupo adversário, Romanelli rebateu: "Sou secretário do Trabalho; não entreguei minha alma".

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