O governador Roberto Requião (PMDB) deve comparecer hoje, às 15h30, em audiência da 16.ª Vara Cível de Curitiba em razão de uma ação movida pela publicitária Cila Schulmann contra ele por crime de calúnia, injúria e difamação. O processo causou a crise entre o governador e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), há duas semanas. Em duas reuniões do secretariado, em 2004 e no último dia 13, o peemedebista acusou Cila de ter recebido dinheiro do governo do estado para financiar a campanha de Beto ao Palácio Iguaçu em 2002.
A audiência deveria ser realizada no prédio do Fórum Cível, na Avenida Cândido de Abreu, às 9 horas. Mas o governador conseguiu mudar o horário e o local. Será ouvido no andar da presidência do Tribunal de Justiça.
A primeira audiência judicial, conciliatória, foi realizada dia 6 de fevereiro do ano passado, sem a presença do governador. Ele foi representado por seus advogados, que disseram que o cliente não compareceu porque estava com a agenda cheia e porque não haveria chances de conciliação entre as partes. "Agora ele deve ir. A primeira audiência era de conciliação e a presença era facultativa. Mas fizemos uma representação na qual requeremos que ele seja ouvido. Foi intimado a comparecer, sob pena de confesso, ou seja, presumir que é verdadeiro o que foi alegado", diz Luiz Fernando Pereira, advogado de Cila Schulman.
Na primeira vez que referiu-se à entrega do dinheiro a Cila, Requião não citou o nome da empresa que teria entregue e nem José Richa Filho, irmão de Beto Richa, que na época era diretor administrativo do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná. No último dia 13, porém, afirmou que o dinheiro foi irregularmente pago por José Richa Filho, por intermédio da empresa DM, à Cila Schulman. A DM realizou trabalhos de terraplenagem na estrada CuritibaGaruva. Em gravação de vídeo que registrou a reunião, apresentada como prova no processo, Requião diz que, ao final do segundo mandato de Jaime Lerner (19992002) teriam sido pagos R$ 10 milhões a uma das empreiteiras para a obra.
Logo ao assumir o mandato anterior, em 2003, o governador alega ter conversado com um empreiteiro a respeito desse repasse. O empresário teria dito que o dinheiro havia sido entregue diretamente para Cila. O empreiteiro, agora identificado pelo governador, seria Darci Fantin, que emitiu nota no dia 14 de fevereiro desmentindo as afirmações do governador.
Cila foi secretária de Comunicação no início do primeiro mandato de Lerner. No ano passado foi a responsável pelos programas de tevê de Osmar Dias (PDT). O advogado dela espera que a cliente seja indenizada com uma quantia entre R$ 10 mil e R$ 30 mil.
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