O governador Roberto Requião (PMDB) embarca hoje a Brasília para pedir urgência ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na devolução ao Paraná de R$ 100 milhões retidos pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). O governo do estado divulgou, no último dia 20, que o problema já estaria resolvido. Mas até agora o dinheiro não entrou nos cofres públicos e ontem circulou o boato nos meios políticos de que os recursos não seriam mais repassados ao Paraná informação não-confirmada por nenhuma fonte oficial.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, teria dado a garantia de suspensão da cobrança da multa mensal de R$ 10 milhões aplicada pela União ao Paraná, relativa a títulos públicos assumidos pelo estado na privatização do Banestado, em 2000. No pacote, também seriam devolvidos cerca de R$ 100 milhões que estão retidos pela Secretaria do Tesouro Nacional referentes às multas.
O repasse do dinheiro era tido como certo pelo governo, tanto que os recursos já foram até contabilizados como ativo disponível pela Secretaria da Fazenda quando fechou o Orçamento do ano passado. O procedimento está sendo inclusive questionado por deputados de oposição que consideram a inclusão dos créditos a receber como uma "manobra" do governo para não fechar as contas de 2006 no vermelho.
O líder do governo na Assembléia Legislativa, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), chegou a defender a concessão do título de cidadão honorário do Paraná ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, pela "postura firme e corajosa" ao suspender a multa.
O problema é que nada foi concretizado até agora. O entrave foi levantado ontem pelo próprio governador, durante a reunião semanal da Operação Mãos Limpas e gerou especulações, durante todo o dia, de que o governo federal teria recuado no acordo informal.
Requião embarca hoje para Brasília para participar amanhã de um jantar com o presidente Lula e lideranças nacionais do PMDB. Estará acompanhado dos secretários Estaduais do Planejamento, Ênio Verri, e do diretor da Secretaria da Fazenda, Nestor Bueno. No encontro, pretende cobrar uma data para devolução de R$ 100 milhões dos R$ 195 milhões que estão retidos. Também quer a garantia de que o compromisso assumido por Mantega ainda está de pé.
A Gazeta ontem tentou entrar em contato tanto com Verri como com Bueno, para que comentassem a respeito da viagem e dos boatos. Mas nenhum deles retornou às ligações da reportagem. A Secretaria do Tesouro Nacional também foi procurada, mas igualmente não deu retorno.
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