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Ministro Nelson Barbosa, da Fazenda, preferiu morar em imóvel menor que a residência oficial. | Wilson Dias/Agência Brasil
Ministro Nelson Barbosa, da Fazenda, preferiu morar em imóvel menor que a residência oficial.| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Na tentativa de melhorar as contas do governo, em grave situação de déficit fiscal, o Ministério do Planejamento listou as residências oficiais dos ministros da Casa Civil e da Fazenda entre os imóveis da União que serão colocados à venda com financiamento da Caixa Econômica Federal.

Localizadas no Lago Sul, área nobre de Brasília, as casas atualmente não são ocupadas pelos dois homens de confiança da presidente Dilma Rousseff: os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Ambos alegam que preferiram morar em imóveis menores e assim o fizeram.

Segundo Guilherme Estrada Rodrigues, secretário nacional do Patrimônio da União, órgão que administra os bens do governo, nesta terça-feira (19) será publicada uma portaria no “Diário Oficial” da União autorizando a alienação de 239 imóveis, entre eles as residências oficiais dos ministros, com intermediação da Caixa.

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O banco será também responsável por estimar o preço dos imóveis, mas ainda não apresentou esses dados.

Dessa forma, a compra poderá ser feita por pessoa física ou jurídica utilizando as linhas de crédito disponíveis na Caixa. Segundo o secretário, isso vai facilitar as transações visto que, no ano passado, o governo lançou licitação para alienação de 20 imóveis e não obteve sucesso. Esses, inclusive, estarão na lista que será publicada nesta terça.

Sobre as residências oficiais, o secretário diz que “são casas que os novos ministros escolheram não ocupar e optaram pela alienação”.

A assessoria de Jaques Wagner, porém, afirmou à reportagem que ele sequer foi consultado sobre a venda da casa mas que “não caberia uma consulta” ao ministro, já que o Ministério do Planejamento é o responsável por tratar dos imóveis do governo e “cabe a ele” decidir o que fazer.

A expectativa da União é arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão com a alienação dos imóveis este ano. A lista que será publicada nesta terça é apenas o primeiro lote dos bens e, a cada dois meses, outros devem ficar à disposição para a compra.

Quando era ministra da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma morou da casa no lago, assim como dois de seus sucessores, Erenice Guerra e Antonio Palocci.

Já o último a ocupar o gabinete de ministro-chefe da Casa Civil antes de Wagner, Aloizio Mercadante, também preferiu morar em um apartamento em vez de usar a residência oficial.

Venda

Segundo técnicos da Secretaria do Patrimônio da União, quando o imóvel não está em uso, como era o caso, é feita uma vistoria, calcula-se o preço de mercado e, em seguida, o imóvel é colocado à venda.

A partir desta terça, o comprador interessado pelos imóveis vai até a Caixa – o banco também procurará compradores em potencial – e ali será organizado o processo de venda, com formação dos lotes. Pelo contrato com o governo, a Caixa vai receber 3,5% do valor de venda do imóvel.

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