Sindicato ligado ao PT protesta contra a oposição em Brasília.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A subida de tom da presidente Dilma Rousseff em relação aos rumores sobre impeachment repercutiu bem no PT. Depois que Dilma disse à Folha de S.Paulo que “não vai cair”, o vice-presidente e responsável pela estratégia de mídias sociais do PT, Alberto Cantalice, disse que não é possível prever a repercussão da entrevista na internet, mas gostou do tom da fala.

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Ela está indignada porque vem sendo desrespeitada seguidamente por opositores. Chega um momento em que tem que dar uma resposta”, avalia Cantalice. Ele diz que o partido vai trabalhar o discurso mais duro da presidente em seus canais oficiais para “dar repercussão” à resposta de Dilma. “Nós já vínhamos respondendo [sobre os rumores de impeachment] desde a convenção do PSDB. Na nossa avaliação, [a entrevista] é uma resposta à oposição que insiste em terceiro turno”, diz Cantalice, que é membro da Construindo um Novo Brasil (CNB), maior corrente do partido.

Alckmin diz que presidente foi ‘infeliz’ em críticas e que ‘fatos decidirão o futuro’

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Um texto sobre a entrevista da presidente já foi publicado no site oficial do PT sob o título “Não me aterrorizam, diz Dilma sobre tentativa de golpe”. No Facebook, o texto foi publicado com a legenda “PRESIDENTA FORTE”. O presidente do PT, Rui Falcão, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se pronunciaram sobre a entrevista.

Um dos fundadores da Democracia Socialista, o deputado estadual Raul Pont (RS) diz que a fala de Dilma está “de acordo com o padrão que o PSDB e outros setores oposicionistas estão tentando criar no país”. “É um absurdo uma convenção de um partido que perdeu a eleição dentro do jogo democrático com declarações claramente golpistas”, disse Pont. A Democracia Socialista, aliada à Mensagem ao Partido, é a segunda maior força do PT e tem ministros importantes como José Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto.

Partidos aliados divulgam nota de apoio a Dilma e a Temer

Após reunião no gabinete da vice-presidência da República, líderes e dirigentes de partidos da base aliada assinaram nota na qual manifestam apoio à presidente Dilma Rousseff e ao vice-presidente Michel Temer.

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Pont lamentou, porém, que a subida no tom não seja acompanhada de um movimento de imposição do governo perante o PMDB. Pont participa de um movimento de setores petistas que quer promover mudanças no PT para que o partido dê uma guinada à esquerda. “Reconheço que a presidenta quer manter alguma governabilidade, mas é esquizofrênica a relação que o PMDB tem, através do Eduardo Cunha, com o governo”, disse Pont ao comentar a declaração da presidente de que o PMDB “não quer” tirá-la do poder.

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“Se [o vice-presidente Michel] Temer e [o ministro Eliseu] Padilha querem estar no grupo político, e é legítimo que estejam, tem de haver contrapartida. Tem de mostrar que PMDB controla seus eleitos”, cobrou Pont, que chamou de “incoerente” a postura dos peemedebistas.