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Numa análise preliminar das alterações de última hora promovidas pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) no texto do relatório aprovado nesta quarta-feira pela CPI dos Correios, os governistas se surpreenderam com algumas supressões e suspeitam que possa ter havido um acordo para cooptar alguns votos, como o do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) que ameaçava votar contra. O sub-relator dos Correios, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), citou pelo menos dois casos estranhos.

Um deles refere-se a retirada do nome do atual presidente dos Correios, Jânio Pohren, que teria sido indicado pelo PMDB e está sob suspeita de ter favorecido a empresa aérea Beta num contrato de R$ 250 milhões.

— Não há motivos que justifiquem a exclusão de seu nome do relatório — condenou Cardozo.

O deputado petista não se conformava também com a retirada dos nomes de Armando Ferreira Cunha e João Leite Neto, este último ex-candidato ao Senado pelo PTB em São Paulo, da lista de investigados em irregularidades detectadas em franquias dos Correios. Ao analisar cerca de 40% do sigilo bancário de uma franquia em Tamboré, em São Paulo, a CPI constatou que três policiais haviam sacado em dinheiro cerca de R$ 8 milhões.

Em depoimento à Polícia Federal, esses três sacadores afirmaram que haviam repassado todo o dinheiro para João Leite, que seria o verdadeiro dono da franquia, mas teria Armando Cunha como testa de ferro.

A retirada do nome do vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade (PTB-MG), da lista de indiciados do relatório original de Osmar Serraglio, não foi bem entendida pelos tucanos, já que ele havia sido citado por crime eleitoral, considerado prescrito, a mesma tipificação usada para o indiciamento do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

Serraglio também retirou da lista o ex-presidente do Banco do Brasil Cássio Casseb, por considerar que seu crime foi prescrito. Da lista de citados foi retirado também o nome do ex-secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional Márcio Lacerda.

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