"Ele (Requião) teria de preparar uma nova liderança apoiada por ele, o que é pouco provável. Mas só o tempo dirá. Agora, a "Era Requião" tem um prazo de validade, que é 2010."
Euclides Scalco (PSDB), coordenador político da campanha de Osmar Dias (PDT).
Retornos Hermas Brandão (PSDB) volta para a presidência da Assembléia Legislativa na terça-feira, mesmo dia em que Requião retoma o governo. Logo de cara, Hermas terá de enfrentar a ira de alguns colegas petistas. Muitos deles, como o presidente do PT no Paraná, André Vargas, estão incomodados com as declarações do tucano. Na terça-feira passada, ele disse que Requião perdeu votos após ter recebido o apoio oficial de Lula, uma semana antes do segundo turno.
Disputa Deputados estaduais já começaram as articulações para ver quem substituirá Hermas Brandão na presidência da Assembléia no ano que vem. O vereador Ney Leprevost (PP), eleito deputado estadual, diz que já foi procurado por assessores de vários parlamentares, em busca de apoio na disputa pelo cargo.
Amazônia O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) visita nos dias 9 e 10 as instalações do Comando da Aeronáutica em Manaus (AM). Ele também passará pela Serra do Cachimbo, onde 154 pessoas morreram devido à queda de um avião da Gol, no dia 29 de setembro. O parlamentar é o vice-presidente da Frente Parlamentar de Defesa das Forças Armadas. Fruet estará acompanhado de outros colegas de Câmara Federal, que irão conhecer o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab) e o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).
Caos De acordo com Fruet, a viagem dos parlamentares ganha relevância devido ao momento de crise do sistema de controle do tráfego aéreo, que provocou o caos em todos os grandes aeroportos do Brasil neste feriado. "O corte de recursos federais vem provocando um sucateamento da Aeronáutica, como, de resto, das Forças Armadas como um todo. Essa visita será uma oportunidade para conhecer a real dimensão do problema e recolher subsídios para a atuação em defesa das Forças Armadas no Congresso", afirma.
Distanciamento Uma semana após a vitória de Roberto Requião e Lula, a relação entre peemedebistas e petistas no Paraná já não é mais a mesma. O principal motivo para o afastamento (ao menos temporário) foi a primeira entrevista coletiva do governador após a reeleição, quando ele destratou os jornalistas presentes. Na terça-feira, Requião foi duramente criticado em discursos de dois deputados estaduais do PT, Tadeu Veneri e André Vargas. Segundo assessores, muitos petistas estariam fugindo dos peemedebistas para evitar o desgaste com os meios de comunicação.
Participação A polêmica entrevista do governador estaria fazendo também com que a cúpula petista revisse a possibilidade de participar da nova gestão Requião. Quem estaria mais pensativa é a candidata derrotada ao Senado, Gleisi Hoffmann. Nos bastidores, ela está cotada para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. A pasta é estratégica para a realização de obras principalmente em Curitiba. Com isso, Gleisi teria mais visibilidade na capital e poderia amadurecer uma possível candidatura à prefeitura, em 2008.
Sugestão 1 O delegado regional do Trabalho, Geraldo Serathiuk, propôs ao governador Roberto Requião a criação de um comitê que organize as ações de crédito para ciência e tecnologia. O grupo funcionaria nos moldes do projeto Mãos Limpas, formado por um núcleo que se reúne semanalmente para discutir a segurança pública no estado.
Sugestão 2 Segundo Serathiuk, o comitê geraria mais empregos de qualidade e com melhores salários. "Somente com produtos mais elaborados podemos criar empregos com este perfil", destaca.
Pinga-fogo
A relação entre imprensa e Poder Executivo foi tema de um artigo do senador reeleito Alvaro Dias (PSDB) O tucano voltou carga contra o presidente Lula e os petistas do Congresso Federal "Representantes da imprensa foram achincalhados e constrangidos em pleno exercício de sua profissão ao cobrirem um acontecimento de ostensivo cunho jornalístico", escreveu ele, referindo-se aos atritos entre membros do PT e repórteres na cobertura da volta de Lula a Brasília, logo após sua reeleição" A crítica do senador ocorreu no calor da crise entre imprensa e governo no Paraná O artigo de Alvaro, no entanto, não citou o comportamento de Roberto Requião com os jornalistas Nem os tucanos trataram o assunto com firmeza A contestação mais forte ficou a cargo dos petistas Tadeu Veneri e André Vargas.