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Mercadante deve ficar na Casa Civil, mas com menos poder político dentro do governo. | Ueslei MArcelino/Reuters
Mercadante deve ficar na Casa Civil, mas com menos poder político dentro do governo.| Foto: Ueslei MArcelino/Reuters

Após ouvir diversas reclamações de ministros do PT sobre a atuação de Aloizio Mercadante à frente da Casa Civil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã desta sexta-feira (18) a sós com o braço direito de Dilma Rousseff para discutir sua situação no governo. Pouco comum desde que Dilma foi eleita para seu primeiro mandato, o encontro reservado entre Lula e Mercadante sinalizou a ministros petistas a permanência do chefe da Casa Civil no cargo.

Segundo aliados, o ex-presidente acreditava que a saída de Mercadante seria uma margem de manobra para Dilma, mas ouviu da sucessora que, apesar de ter estudado uma substituição de seu auxiliar, neste momento não há opções para uma troca no coração do governo sem gerar “nova crise”. Com a permanência de Mercadante, a estratégia de Lula e do PT é esvaziar ao máximo a atuação política da Casa Civil.

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A reportagem apurou que o ex-presidente diria ao ministro que ele precisa “se preservar” e “mudar o método” de trabalho, deixando a articulação política para o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) e o assessor especial da Presidência Giles Azevedo.

Lula e ministros

Nesta quinta-feira (17), Lula se reuniu a sós com Dilma no Palácio da Alvorada e depois seguiu para um encontro com os ministros do PT que durou cerca de cinco horas. Somente Mercadante não foi convidado para a reunião.

O objetivo de Lula era deixar os ministros à vontade para reclamar do colega de Esplanada, que tem se desgastado na negociação com a base aliada e também dentro do governo. Lula disse que levaria o descontentamento ao chefe da Casa Civil, mas ponderou que o governo precisa sair da discussão do ajuste fiscal.

O ex-presidente avaliou que as medidas do pacote que foi apresentado no início da semana, com cortes de gasto no governo e a proposta de recriação da CPMF, é o que pode salvar as contas públicas e dar a Dilma uma “sobrevida”. Por isso, afirmou, é preciso que todos defendam as medidas.

Diante da reclamação dos ministros sobre o corte em programas sociais, Lula disse que era preciso “parar de falar do ajuste” e “discutir a retomada do crescimento”, nas palavras dele, a agenda “pós-ajuste”.

Lula prometeu mais uma vez estar mais presente em Brasília e ajudar na articulação das bancadas do PT no Congresso para a aprovação de medidas importantes para o Executivo.

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