Bibinho (de vermelho) foi preso quando recebia cerca de R$ 70 mil no aeroporto de Brasília| Foto: Albari Rosa/Agência de Notícias Gazeta do Povo/Arquivo

Esquema

Segundo o Ministério Público Estadual, o ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa supostamente usava cinco empresas para lavar milhões de recursos desviados do estado do Paraná. Por isso, a Justiça decretou sequestro dessas empresas, outras propriedades, contas bancárias e produção das propriedades agrícolas da família.

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O depoimento de duas testemunhas desencadeou a Operação Argonauta – ação realizada na última sexta-feira pelo Ministério Público (MP) e que resultou em nova prisão de Abib Miguel, o Bibinho, ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná. As informações repassadas por Douglas Bastos Pequeno, ex-contador de Bibinho, e de um segundo homem, que não teve o nome revelado, foram fundamentais para o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do MP, deflagrar a investigação.

Bibinho foi preso na sexta-feira quando recebia cerca de R$ 70 mil em uma mala de Edivan Bataglin, homem considerado peça-chave em um suposto esquema de lavagem de dinheiro feito com recursos desviados da Assembleia. Além deles, foram presos dois filhos de Bibinho – Luciana Lara Abib e Eduardo Miguel Abib –e o irmão de Edivan, Sandro Bataglin.

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Douglas Bastos Pequeno foi "homem de confiança" de Bibinho e depôs em 2010, ano em que a Gazeta do Povo e a RPC TV divulgaram a série de reportagens Diários Secretos. À época, o ex-contador decidiu colaborar com as investigações – na tentativa de aliviar as penas para parentes que foram envolvidos no escândalo de funcionários fantasmas. Bastos Pequeno detalhou o esquema de lavagem de dinheiro usado pela quadrilha.

O MP acabou chegando às empresas supostamente usadas por Bibinho para "limpar" o dinheiro desviado da Assembleia Legislativa do Paraná. Bastos Pequeno confirmou que grande parte dos recursos desviados era aplicado em cultivo de soja por Bibinho. Entre as empresas citadas por ele estava a Cerrado Participação e Administração Ltda, formalmente constituída nos nomes dos filhos. Bibinho chegou a ser proprietário da empresa, mas doou suas cotas aos filhos. Meses depois, uma das filhas assinou uma confissão de dívida, colocando o pai como credor. Era a justificativa para que Abib Miguel pudesse explicar recebimento de valores da empresa.

Outra testemunha

Uma testemunha ainda mantida sob sigilo também revelou parte do esquema desvendado na Operação Argonauta. Ele chegou no Gaeco há pouco mais de dois anos, onde foi recebido por um promotor e iniciou uma série de depoimentos que colocavam Bibinho em situação ainda mais delicada. Essa testemunha foi quem revelou as entregas periódicas feitas por Edivan Bataglin, também preso em Brasília, na sexta-feira.

Os depoimentos e a consolidação da investigação da Operação Argonauta acabaram mostrando que uma das filhas de Bibinho, Isabel Stein Miguel, que foi conduzida pela polícia para esclarecimentos na sexta-feira, é apenas usada para formalidades das empresas, sem participar de forma ativa no suposto esquema.

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