O líder da bancada do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou nesta segunda-feira (31) que a troca na presidência da Casa pode não seguir o revezamento entre PMDB e PT que o governo já demonstrou intenção em implementar. Nesta segunda, a bancada do PMDB decidiu por unanimidade indicar o presidente do Senado, José Sarney (AP), à reeleição, e Renan, à liderança da bancada.
"Aqui no Senado o regimento é mais claro em relação ao direito de a maior bancada indicar o presidente. Nós temos um regimento mais claro com relação à proporcionalidade. (...) Se for seguido o regimento, o regimento aponta nessa direção [de o PMDB permanecer no comando]", declarou.
"A bancada do PMDB reunida, pela unanimidade dos presentes, decidiu indicar o presidente Sarney como candidato do partido à presidência do Senado. Isso segue critério de proporcionalidade. Essa condição, o PMDB a conquistou nas urnas. Por unanimidade também, a bancada renovou a minha indicação para líder da bancada no próximo biênio", disse.
Segundo Calheiros, o desrespeito à regra da proporcionalidade seguida no Senado pode levar ao desentendimento político. "Toda vez em que, no Senado, alguém não respeitou o critério de proporcionalidade, levou a instituição a disputas desnecessárias", afirmou.
Comissões
Renan Calheiros afirmou também que a disputa pelas presidências das 11 comissões do Senado ainda não está traçada. Nós ainda não estabelecemos essa ordem de prioridade. Nós vamos pedir a Comissão de Constituição e Justiça, pela regra da proporcionalidade, que nos dá esse direito", afirmou, antecipando a demanda de seu partido.
Segundo ele, o critério de proporcionalidade dá ao PMDB o direito a três cargos na mesa e a presidir três comissões permanentes.
Sobre as indicações aos cargos da mesa, Renan afirmou que o processo vai depender da ordem de escolha. "O mais provável, pelo que nós temos visto, é que o PT indique o primeiro vice-presidente, e o PSDB indique o primeiro secretário. As coisas estão caminhando por aí", disse.
Atuação da bancada
O líder do PMDB aproveitou para falar sobre a linha que os senadores do partido devem seguir na nova legislatura.
"Nós vamos discutir na bancada absolutamente tudo que significar o posicionamento do partido no plenário, e o líder vai expressar sempre o pensamento da bancada. (...) Dentre as coisas que precisamos ressaltar, uma delas é a retomada do crescimento econômico, a vocação do Brasil. E tudo que significar frear o crescimento da economia não contará a princípio com o PMDB", disse.
Ele defendeu ainda a desoneração da folha de pagamento, a reforma política e "tudo que desburocratize e agilize a economia". "É importante a reforma tributária, nós vamos sinceramente trabalhar por ela. É bom que se diga que nós já fizemos no Senado Federal uma reforma tributária que lamentavelmente não andou na Câmara dos Deputados. Portanto, é mais natural que nós reafirmemos esse compromisso, nós temos legitimidade para tanto", declarou.
Essa negociação, segundo o líder, deve ficar para as próximas semanas. "Não há ainda uma convergência com relação à composição das comissões, essa é a próxima etapa - provavelmente em 15 ou 10 dias. Nós estamos agora voltados para a ocupação dos cargos da mesa seguindo a proporcionalidade", reforçou.
Perda de contato com a classe trabalhadora arruína democratas e acende alerta para petistas
Bolsonaro testa Moraes e cobra passaporte para posse de Trump; acompanhe o Sem Rodeios
BC dá “puxão de orelha” no governo Lula e cobra compromisso com ajuste fiscal
Comparada ao grande porrete americano, caneta de Moraes é um graveto seco
Deixe sua opinião