Rodrigo Janot entrou na lista dos “pensadores globais”.| Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

A revista americana de relações internacionais Foreign Policy pôs o nome do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em sua lista anual de “cem pensadores globais”, na categoria “Desafiadores”. Segundo a publicação, a honraria se deve às investigações da Operação Lava Jato sobre o escândalo na Petrobras, na qual Janot “mostrou os esqueletos no armário do Brasil” e “destemidamente foi atrás daqueles no círculo íntimo da presidente [Dilma Rousseff]”.

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“No total, o gabinete de Janot indiciou 117 pessoas e fez a Petrobras perder sua presidente e outros cinco alto-executivos. Esse é possivelmente só o começo. Em março o Supremo Tribunal aprovou o pedido de Janot para investigar 12 senadores, 22 deputados e um punhado de ex-políticos”, diz a revista.

O neurocientista Miguel Nicolelis, que desenvolve pesquisas na área de próteses neurais, é o único outro brasileiro que aparece na lista, na categoria “Inovadores”. As outras categorias são “Tomadores de decisão”, “Militantes”, “Artistas”, “Terapeutas”, “Zeladores [do ambiente]” e “Cronistas”.

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Entre outros nomes, foram lembrados também a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente russo Vladimir Putin e o papa Francisco.

Histórico de Janot

Alavancado pela atuação na Operação Lava Jato, Janot foi reconduzido para a PGR em setembro, após vencer em agosto as eleições internas do Ministério Público Federal, com 799 votos, e ser o primeiro colocado na lista tríplice enviada à presidente Dilma. O segundo colocado teve 462 votos. Desde o governo Lula, o Planalto tem indicado para o cargo o primeiro nome da lista tríplice.

A mesma Lava Jato causou a Janot desgastes com o mundo político. São investigados na operação o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Apesar disso, após sabatina no Senado em que defendeu o combate à corrupção, o procurador foi aprovado pelos votos de 59 senadores.

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Considerado de perfil discreto, Janot começou a ocupar a cadeira há dois anos, na reta final do julgamento do mensalão, participando da análise dos recursos e da execução das penas dos 24 condenados. Colocou como meta a redução do acervo de processos e focou na interlocução com o Congresso, antes do envolvimento de políticos na Lava Jato.