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Edição deste fim de semana volta a colocar a crise política brasileira como manchete | /Reprodução/The Economist
Edição deste fim de semana volta a colocar a crise política brasileira como manchete| Foto: /Reprodução/The Economist

A crise política e econômica brasileira voltou a ser capa da revista The Economist. Com a imagem do Cristo Redentor segurando uma placa escrita “SOS”, a publicação classificou como bizarras as cenas assistidas na votação da Câmara que deu prosseguimento ao impeachment da presidente Dilma Rousseff . A reportagem afirma que o fracasso econômico do país se deve a toda a classe política e que o melhor caminho seria a realização de novas eleições.

No texto veiculado na edição deste fim de semana, a publicação classificou a votação do dia 17 de abril como a mais estranha de toda a história da Câmara. O texto diz que, um por um, os 511 deputados deram seus votos em meio a um microfone rodeado de outros parlamentares, enrolados em bandeiras do Brasil e dedicando o momento a suas cidades de origem, religião e, até mesmo, animais de estimação.

A revista também destaca o estado de êxtase da nação durante a votação diante do momento político e econômico que classifica como “desesperador”. O texto lembra que o Brasil vive a sua pior recessão desde a década de 1930 , com o Produto Interno Bruto (PIB) registrando uma queda de 9% até o fim deste ano a partir do segundo trimestre de 2014 e com a inflação e a taxa de desemprego alcançando a casa dos 10%.

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Na avaliação de The Economist, a explicação para a crise não está somente no governo Dilma. Toda a classe política é culpada, pois está envolvida em casos de corrupção e negligência. Para a publicação, os políticos não irão reconquistar o respeito da população com o impeachment da presidente e o país não irá superar os seus problemas a menos que aconteça uma “limpeza completa”.

Incompetência

A reportagem também classifica o governo Dilma como “incompetente” e afirma que o Partido dos Trabalhadores (PT) é a “força matriz por de trás de um esquema de corrupção gigantesco centrado na Petrobras”. O texto lembra que, apesar de Dilma não estar envolvida diretamente nas acusações, ela fez de tudo para proteger o seu antecessor, o ex-presidente Lula.

Alarmante

Apesar da incompetência e da corrupção durante o governo Dilma, a revista afirma que é alarmante o fato de as pessoas que estão conduzindo o processo de impeachment serem “ainda piores”. A reportagem lembra que o Eduardo Cunha, presidente da Câmara, é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por indícios de ter recebido propina da Petrobras.

O texto traz ainda que dos 21 deputados sob investigação no caso da Petrobras, 16 votaram pelo impeachment da presidente e que cerca de 60% dos votantes no último dia 17 enfrentam processos na justiça brasileira.

Novas eleições

Para The Economist, o melhor caminho para o país seria a realização de novas eleições. De acordo com a revista, um novo presidente poderia fazer as reformas que o Brasil tanto precisa, como a revisão do regime político para evitar a corrupção e a definição de novas regras para os gastos públicos. “Os eleitores merecem uma chance de se livrarem de todo o Congresso infestado de corrupção”, afirma. O texto relata, porém, que essa alternativa não deve vingar. “Há uma boa chance de o Brasil continuar condenado à atual geração de líderes desacreditados.”

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