O empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do chamado "mensalão", estaria chantageando o PT. Segundo a edição da revista "Veja" que chega neste sábado às bancas, Marcos Valério teria exigido por meio do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha R$ 200 milhões do partido. O empresário teria dito que possui informações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra os ministros recém-empossados Saraiva Felipe (PMDB), da Saúde, e Hélio Costa (PMDB), das Comunicações.
De acordo com a reportagem, a conversa entre Valério e João Paulo aconteceu no último dia 9. De Belo Horizonte, o empresário ligou para o celular do deputado, que estava em Osasco, cidade na região metropolitana de São Paulo. "Eu vou estourar tudo", teria dito ele a João Paulo, segundo a reportagem publicada pela revista. "Vocês vão se ferrar. Avisa ao barbudo que tenho bala contra ele", completou, numa referência ao presidente Lula.
Ainda segundo a "Veja", Marcos Valério teria feito duas exigências para "não estourar tudo". Ele queria garantias de que não seria preso. Além disso, sugeriu uma operação financeira para, de acordo com a revista, "assegurar seu futuro e o da família".
Marcos Valério teria sugerido intermediar o fim da liquidação do Banco Econômico, que fechou as portas há dez anos. Como corretor da operação junto ao ainda dono do banco, Ângelo Calmon de Sá, Valério estimou que poderia ganhar cerca de R$ 200 milhões.
Alarmado com a ameaça, João Paulo teria ligado para o ex-ministro José Dirceu e também para o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Por meio de ambos, o fato também chegou aos ministros Marcio Thomas Bastos (da Justiça), que no dia 9 estava em São Paulo, e Antonio Palocci (Fazenda), que permanecia em Brasília.
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