O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, voltou a ter seu nome envolvido no caso que ficou conhecido como Dossiê dos Aloprados. O escândalo ocorreu durante a campanha eleitoral de 2006, quando pessoas ligadas ao PT teriam tentado comprar um dossiê contra tucanos, entre eles o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra. A tentativa era de ligá-los a um esquema de desvio de verbas no Ministério da Saúde, a chamada máfia dos sanguessugas. Na época, a Polícia Federal (PF) prendeu em um hotel de São Paulo o empresário Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos com R$ 1,7 milhão guardados em uma mala, que supostamente serviria para a compra de informações.
Em reportagem publicada na edição da Revista Veja que entrou em circulação hoje, Mercadante é citado em gravação à qual a publicação teve acesso, na qual o atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Expedito Veloso, afirmou a colegas do PT que o plano do dossiê foi "tocado pelo núcleo de inteligência do PT, mas com o conhecimento e a autorização do senador (Mercadante)". "Ele (Mercadante), inclusive, era o encarregado de arrecadar parte do dinheiro em São Paulo."
Mercadante também concorreu ao governo de São Paulo em 2006. A reportagem afirma ainda que o dinheiro para a compra do dossiê veio do PT paulista e do então candidato ao governo de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), morto no fim de 2010. O objetivo seria levar a eleição para o segundo turno. "Os dois (Mercadante e Quércia) fizeram essa parceria, inclusive financeira. (...) As fontes (do dinheiro) são mais de uma. (...) Parte vinha do PT de São Paulo. A mais significativa que eu sei era do Quércia", afirmou Veloso, segundo a gravação obtida pela revista.
A revista afirmou que não é a primeira vez que Mercadante tem seu nome envolvido na lista dos aloprados. A Polícia Federal chegou a indiciá-lo por considerar que ele era o único beneficiado pelo suposto dossiê. A acusação foi anulada por falta de provas.
De acordo com a reportagem, Veloso não negou as informações obtidas pela revista. "Era um desabafo dirigido a colegas de partido", disse. Ele afirmou que não sabia que a conversa havia sido gravada. Mercadante, segundo Veja, não quis se manifestar.
Como a suspensão do X afetou a discussão sobre candidatos e fake news nas eleições municipais
Por que você não vai ganhar dinheiro fazendo apostas esportivas
Apoiadores do Hezbollah tentam invadir Embaixada dos EUA no Iraque após morte de Nasrallah
Morrer vai ficar mais caro? Setor funerário se mobiliza para alterar reforma tributária