O governador Beto Richa (PSDB) disse nesta quarta-feira (29) que a culpa pela violência no Centro Cívico se deveu à ação de “arruaceiros” e que a polícia apenas reagiu para se proteger. Veja trechos da entrevista:
Como o senhor viu os fatos de hoje?
É lamentável. Não dá para negar que temos algumas cenas chocantes, indesejáveis. Mas lamentavelmente a presença de baderneiros, arruaceiros, black blocs que radicalizaram, partiram para cima dos policiais. E é uma defesa natural: eles reagiram para preservar sua integridade física e suas vidas. Temos hoje mais de 20 policiais feridos. E a determinação foi do Judiciário, para preservar a Assembleia Legislativa e a função dos deputados eleitos legitimamente para representar cada um dos paranaenses. Uma invasão à Assembleia novamente representaria uma afronta à democracia. E esses radicais acabaram buscando o confronto com os policiais.
Há várias críticas à atuação violenta da polícia. Na sua opinião houve excessos?
Sim, vamos apurar. Todos os relatos que recebi não dão conta disso. Mas podemos apurar, sim. Até porque insistentemente há dias eu peço controle, evitar ao máximo o confronto. E agressões então nem se fala. Agora, os filmes que eu assisti mostram agressões de manifestantes radicais, black bloc, chutando o calçamento do Centro Cívico para tirar aquelas pedras de petit pavê, enchendo as mãos, atirando nos policiais. Uma pedra daquelas na cabeça mata na hora. Então, a reação que eu vi nos filmes que eu assisti, foi realmente de proteção das próprias vidas dos policiais. E vamos apurar, sim. Até porque qualquer excesso é condenável, de qualquer uma das partes.
O senador Alvaro Dias (PSDB) paga um preço alto até hoje por um confronto ocorrido com professores no governo dele. O sr. acha que esse episódio prejudica sua imagem?
Pode ser, mas eu não tenho medo. A minha popularidade pode oscilar, o que não pode oscilar é a coerência. Tenho responsabilidades com o estado do Paraná. E olhe, eu não fujo dessas responsabilidades. A obrigação de todo governante responsável não é ficar se preocupando o tempo todo em apresentar medidas simpáticas, populares que lhe garantam uma grande aprovação popular. Temos também que ter coragem quando se apresenta a situação de apresentar medidas impopulares, mas imprescindíveis para o futuro do Paraná e dos paranaenses. E é o que eu estou fazendo.
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