Richa diz ser alvo de “campanha orquestrada” e nega acusações de delator

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Na tarde deste sábado, o governador Beto Richa (PSDB) se pronunciou sobre as acusações do auditor Luiz Antônio de Souza, em vídeo publicado em sua página pessoal no Facebook. Sem citar nomes, ele disse ser alvo de uma “campanha orquestrada” e que há “interesses políticos” por trás das acusações. Ele também desqualificou o acusador que, nas suas palavras, é um “criminoso, réu confesso, preso por abuso de menores”.

Veja o vídeo

“O meu governo está sofrendo uma campanha orquestrada, mas o Paraná não é bobo e sabe que há muitos interesses principalmente políticos tentando fazer um jogo sujo. Querem desviar o foco de problemas maiores inventando acusações falsas”, disse. “A nossa resposta será trabalhar mais e melhor, para que a crise do Brasil não engula o Paraná”, completou.

Advogado do auditor, Eduardo Ferreira reafirmou que as acusações do seu cliente são verdadeiras. “Se fosse uma campanha orquestrada, meu cliente poderia ter dito que se encontrou pessoalmente com o governador, por exemplo”, afirma. Durante a delação, Souza negou ter qualquer contato com Richa e disse desconhecer qualquer envolvimento direto do governador com o esquema de corrupção na Receita.

Ferreira disse que respeita profundamente o governador, mas que as acusações feitas por Richa a seu cliente em relação a abuso de menores “não são novidade nenhuma”. O advogado disse, ainda, que é preciso separar “a pessoa Richa” de sua campanha para governador.

Na sexta-feira, Souza, em delação premiada, disse que a campanha de Richa para a reeleição, em 2014, recebeu R$ 2 milhões arrecadados com esquemas de corrupção na Receita Estadual. O auditor Márcio de Albuquerque Lima e o empresário Luiz Abi Antoun, primo em sétimo grau de Richa, seriam os operadores do esquema.

O delator é um dos 62 denunciados por suposto esquema de corrupção na Receita Estadual revelado pela Operação Publicano, do Grupo de Ação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele foi preso, porém, por ter participado de esquema de exploração sexual de menores, que envolvia também Marcelo Caramori, que foi funcionário comissionado da Casa Civil até o mês de fevereiro deste ano.