Uma prévia de como vai ser a campanha eleitoral deste ano para o governo do Paraná foi dada neste sábado (1º) em dois eventos no interior do estado. Os dois principais pré-candidatos à disputa, o governador Beto Richa (PSDB) e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), fizeram questão de não deixar o adversário sozinho e apareceram lado a lado num encontro com agricultores em Quarto Centenário (região central) e na inauguração de 603 casas populares em Umuarama (Noroeste). Os dois não perderam a chance de alfinetar um ao outro e, mais uma vez, o motivo da discórdia foram os repasses do governo federal ao Paraná.
Em Quarto Centenário, Gleisi apareceu mais solta que de costume. Usou chapéu, subiu em colheitadeira, jogou grãos para o alto e ainda foi recebida aos gritos de "governadora". Em tom festivo, falou antes que Richa. Já o tucano, ao encerrar os discursos, aproveitou para fazer duras críticas ao governo federal, cobrando mais investimentos e a liberação de empréstimos ao Paraná.
Na sequência, os dois participaram da inauguração de casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida, em Umuarama. Na cidade, Richa falou antes de Gleisi e foi mais ameno no discurso. Chegou a elogiar o programa habitacional do governo federal. "O programa é um sucesso e atende a demanda por casas no Brasil todo".
Sob um calor de quase 40 graus, Gleisi manteve o tom suave até perto do final do discurso. Mas, quando o público achava que ela ia encerrar a fala, a petista se dirigiu ao governador e disse que a presidente Dilma Rousseff tem respeito pelo povo do Paraná e "só não repassa mais recursos porque o estado não presta contas adequadamente e enfrenta até ação no Ministério Público". "A Dilma não autoriza repassar recursos para quem não está com as contas em dia", rebateu.
Ela também chamou a atenção para a privatização da rodovia PR-323 entre Maringá e Iporã, proposta pelo governo estadual. Pela proposta apresentada até agora, serão duas praças de pedágio a cada 100 quilômetros, totalizando perto de R$ 8. Gleisi disse que isso é inadmissível. "É muito caro. Nas privatizações do governo federal, o mesmo trecho terá pedágio com tarifas perto de R$ 4. É preciso ter compromisso com a verdade, governador", afirmou.
Assessores do governador ainda pediram um direito de resposta ao cerimonial, organizado pela Caixa Econômica Federal, mas não foram atendidos. Questionado pelos jornalistas, Richa disse apenas que o Paraná é discriminado pelo governo federal e afirmou que a Dilma precisa explicar melhor "é o dinheiro investido em Cuba".
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