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Sindicância deve acabar em 15 dias

A sindicância interna aberta pela Assembléia Legislativa para investigar a denúncia envolvendo a nomeação de Verônica Durau deve concluir os trabalhos em 15 dias. O prazo para o relatório final é de um mês, mas os integrantes que compõem a comissão têm pressa em esclarecer oficialmente o caso e evitar mais polêmica. "Mas só vamos divulgar qualquer conclusão no final dos trabalhos", disse o primeiro-secretário da Casa, Alexandre Curi (PMDB).

Além de Curi, fazem parte da sindicância o vice-presidente da Assembléia, Antônio Anibelli (PMDB), o procurador-geral ca Casa, Aírton Loyola, o diretor-geral, Abib Miguel, e o diretor de recursos humanos, Cláudio Marques da Silva.

A comissão já fez duas reuniões, com portas fechadas. Alexandre Curi garantiu que a investigação será isenta, apesar da participação de dois peemedebistas que fazem oposição ao prefeito. "Esse assunto é de interesse da Assembléia, não tem partido político, situação ou oposição." O ponto de partida, segundo Curi, é saber onde a funcionária estava lotada. "Sabemos que um ofício assinado pelo meu avô (Aníbal Khury, presidente falecido da Assembléia) nomeou a funcionária de 1996 a 2001. Mas depois desse período temos que analisar como ficou a situação dela."

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Depois de seis dias sem falar sobre o caso da "sogra fantasma", o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), ontem comentou publicamente, pela primeira, vez as denúncias. Disse que está sendo vítima de "armação" política e que vai esperar a conclusão dos trabalhos da sindicância instaurada na Assembléia Legislativa para decidir se irá manter Ezequias Moreira Rodrigues como seu chefe de gabinete.

Verônica Durau, sogra de Ezequias, está sendo apontada como funcionária "fantasma" da Assembléia; e o chefe de gabinete de Richa é suspeito de usá-la como "laranja" para receber os pagamentos dela no Legislativo. Durante os anos de 2002 e 2003, os vencimentos de Verônica teriam caído na mesma conta dele, conforme denúncia apresentada ao Ministério Público. Além disso, em holerites recentes de pagamento de Verônica Durau pela Assembléia, ela aparece como estando lotada no gabinete de Beto Richa no Legislativo, embora ele não seja mais deputado estadual desde 2000.

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Foi justamente esse fato que Richa considerou uma armação para prejudicá-lo, já que ele não é mais parlamentar. Richa, porém, não teceu comentários sobre o fato de Verônica ter sido sua funcionária no Legislativo quando ele ainda era deputado estadual (de 1996 a 2000) e de a mulher ter declarado, em entrevista à Gazeta do Povo, que nunca trabalhou na Assembléia.

O prefeito afirmou que vai esperar o resultado da sindicância para falar sobre isso. "Vou aguardar o resultado da sindicância para responder às acusações que me dizem respeito, sobre a época em que fui deputado estadual. Não há dúvida de que não passa de uma armação para atingir minha imagem e minha honra", declarou o prefeito, durante solenidade de posse do secretário municipal de Relações Institucionais, Nilso Sguarezi. Richa também disse ter pedido à Assembléia que apure os responsáveis pelo caso o mais rápido possível.

Para o prefeito, grupos políticos estão se articulando desde que ele apareceu em primeiro lugar nas intenções de voto da população, numa sondagem da Gazeta do Povo, encomendada à Paraná Pesquisas, sobre os "prefeituráveis" de Curitiba. "Embora eu ainda não tenha decidido por me candidatar à reeleição, já esperava que viessem ataques da oposição. Bateu o desespero em alguns candidatos, que querem agora tentar desconstruir a imagem do prefeito." Na pesquisa, publicada em 29 de julho, Richa aparece com cerca de 50% das intenções de voto.

O prefeito disse também que ainda está avaliando se irá manter o chefe de gabinete no cargo. Segundo Richa, uma decisão só deverá ser tomada depois que saírem os resultados da sindicância. Porém, ele não acredita que a permanência de Ezequias lhe traga desgaste. "Não quero me antecipar e falar antes dos trabalhos da sindicância da Assembléia Legislativa terminarem. Denúncias na vida pública acontecem contra todas as pessoas, em todos os momentos."

Ontem, pela primeira vez o caso Verônica-Ezequias foi debatido publicamente na sessão da Assembléia. Desde que as denúncias vieram à tona, há quase uma semana, os deputados ficaram em silêncio, mas ontem decidiram usar a tribuna para sair em defesa do prefeito Beto Richa.

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Defenderam o prefeito os deputados Jocelito Canto (PTB), Marcelo Rangel (PPS), Luiz Malucelli Neto (PSDB) e Augustinho Zucchi (PDT). Adversário político do prefeito, o líder do governo Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) fez questão de entrar na discussão para provocar o grupo político de Richa. "Vejo que tiveram que vir os deputados de Ponta Grossa (Jocelito e Rangel) defender o Beto porque a bancada de Curitiba, que deveria fazer isso, ficou muda."