Leon Grupenmacher será o terceiro secretário de Segurança do governo Beto Richa e tomará posse em momento complicado, com restrições orçamentárias e a Copa do Mundo pela frente| Foto: Divulgação

Desafios

Veja quais são os principais desafios do novo secretário:

Assassinatos

Manter a queda de homicídios no Paraná. O ano passado terminou com 2.575 homicídios dolosos (intencionais) em todo estado, 18% a menos do que em 2012.

Copa do Mundo

O risco de manifestações de grandes proporções tem feito todos os estados planejarem ações policiais especiais. Em Curitiba não será diferente.

Superlotação carcerária

Há 9.843 mil presos em delegacias do Paraná, de acordo com a Secretaria da Segurança. Parte deles está em guarda compartilhada com a Secretaria da Justiça e Cidadania. A superlotação tem gerado uma série de fugas e interdições de carceragens no estado inteiro.

Falta de dinheiro

Não é segredo o problema de caixa do estado. Até os cães da Polícia Militar tiveram ração racionada. Por algumas vezes, desde o segundo semestre do ano passado, policiais foram flagrados empurrando viaturas que precisavam de combustível e de manutenção. Os telefones da própria secretaria já foram cortados por falta de pagamento.

Promessas não cumpridas

No último ano de mandato, o governador Beto Richa ainda não cumpriu duas promessas. Não foi construída nenhuma das 12 delegacias-cidadãs, que melhorariam o atendimento da Polícia Civil. Além disso, o estado não adquiriu os 400 módulos móveis prometidos para Polícia Militar. Há apenas três em Curitiba.

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Pela primeira vez na história do Paraná, o secretário estadual da Segurança Pública será um perito oficial. O médico-legista Leon Grupenmacher, de 46 anos, atualmente é diretor-geral da Polícia Científica. Ele assumirá hoje o comando da secretaria, que era chefiada pelo procurador de Justiça Cid Vasques até há 20 dias. Grupenmacher estará à frente das Polícias Civil e Militar, além da sua instituição de origem, em um momento complicado – entre a Copa do Mundo e a eleição e em meio a restrições orçamentárias.

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O novo secretário será o terceiro titular da Segurança Pública desde 2011, quando o governador Beto Richa assumiu o governo. Além de Vasques, o delegado da Polícia Federal Reinaldo de Almeida Cesar Sobrinho também havia comandado a pasta na gestão Richa.

Grupenmacher foi a segunda opção do governador, que chegou a indicar, antes do carnaval, o delegado da Polícia Federal José Alberto Iegas, atual diretor do Departamento de Inteligência da PF. Porém, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não cedeu Iegas ao governo paranaense.

Otimismo

A indicação de Grupen­macher foi vista com otimismo nos órgãos da segurança estadual. A reportagem apurou que ele tem trânsito livre nas polícias. O médico-legista mantém ainda bom relacionamento tanto com o comandante-geral da PM, coronel César Kogut, como com o delegado-geral da Polícia Civil, Riad Farhat. Contudo, a primeira tarefa de Grupenmacher como secretário será decidir se os dois permanecerão nas chefias das instituições.

O Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Simpoapar) comemorou a indicação do médico. De acordo com o presidente da entidade, Leandro Lima, ele já representava bem a classe dos peritos como diretor da Polícia Científica. "É o primeiro perito que vira secretário no Paraná. Ele tem feito um bom trabalho, estruturando a criminalística e o Instituto Médico Legal (IML)", disse Lima.

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Para o presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos Inativos e Pensionistas (Amai), coronel da reserva Elizeo Furquim, o secretário é mais uma figura política, sem influência direta no trabalho das polícias. "Vai valer o que foi programado antes do governo começar, o que estava planejado. Que Deus o abençoe", disse.

Histórico

Grupenmacher é médico legista concursado do estado desde 1997. Ele é formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com residência médica no Instituto Hilton Rocha, e fez mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), onde também é professor. Oftalmologista, ele foi o primeiro diretor-geral da Polícia Científica. Antes de março do ano passado, quando assumiu a chefia do Instituto Médico Legal e do Instituto de Criminalística, as duas instituições eram geridas separadamente.