O prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB), que na semana passada foi convidado pelo governador Roberto Requião (PMDB) a participar da Escola de Governo desta terça-feira (22), não compareceu à reunião e voltou a ser alvo de alfinetadas do governador. Com outros compromissos agendados, em seu lugar, Richa mandou o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB) para representar a prefeitura na assinatura da anistia de uma dívida de R$ 464 milhões que a capital tinha com o estado.
O convite para que o tucano participasse do evento semanal em que já foi alvo de críticas é visto no meio político como um indício de uma reaproximação para uma possível aliança entre PSDB e PMDB para as eleições de 2010. A ausência de Richa na "escolinha", entretanto, foi motivo de novas alfinetadas de Requião no prefeito de Curitiba. "A anistia de uma dívida de R$ 450 milhões é tão banal que provavelmente ele tinha uma coisa mais importante para fazer", disse. "Mas está aqui o Ducci, que conta com a simpatia do governo do estado".
Quando falava para o vice-prefeito de Curitiba, Requião ainda fez questão de ressaltar investimentos que sua gestão tem feito em obras na capital paranaense. "É preciso que vocês [espectadores] saibam que estamos fazendo obras em Curitiba no setor de saúde, uma rede de 10 ou 12 postos nos bairros. Provavelmente se o prefeito estivesse aqui ia agradecer, coisa que nunca fez até agora".
Richa, assim como os prefeitos de Londrina, São José dos Pinhais, Araucária, Maringá, Campo Largo, Fazenda Rio Grande e Piên, foram convidados para participar da assinatura da anistia de dívidas que os municípios deles tinham com o estado. No caso de Curitiba, o débito era precisamente de R$ 464 milhões, contraídos há mais de 30 anos para a implantação da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Mais tarde, na própria Escola de Governo, o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PMDB) disse que Richa, em uma carta "muito gentil", agradeceu o governador pela anistia.
Além de Richa, o prefeito de Piên, Gilberto Dranka (PMDB) também não compareceu à reunião. Em seu lugar, mandou a mullher, Gisele Dranka, que agradeceu a iniciativa do governo. "O valor de R$ 18 milhões [dívida que o município tinha com o governo] é mais do que o orçamento anual da cidade. Neste ano não fomos contemplados em vários projetos por causa da dívida", falou. Sobre a substituição de Dranka por Gisele, Requião não fez nenhum comentário.
Os vereadores Algaci Túlio (PMDB) e Mário Celso Cunha (PSDB) acompanharam Ducci na Escola de Governo para representar o município de Curitiba. De acordo com a assessoria do gabinete da prefeitura de Curitiba, entre os compromissos da agenda de Richa para esta manhã estavam entrevistas para a imprensa no gabinete e em uma emissora de televisão, um evento de fim de ano com funcionários e um almoço com empresários. Pouco antes das 9 horas, a assessoria informou que Richa ainda não descartava a possibilidade de comparecer à "escolinha".
Em uma nota publicada na agência de notícias da prefeitura, o tucano reconheceu a importância do perdão da dívida. "É uma medida a favor do desenvolvimento do Paraná, de novos investimentos e geração de mais oportunidades de trabalho", disse Richa. "A CIC fortalece a capital, toda a Região Metropolitana e todo o Estado do Paraná".
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