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O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e o governador Roberto Requião (PMDB) devem se encontrar e sentar-se frente a frente nos próximos meses em uma mesa de tribunal. Beto Richa move uma ação contra Requião por danos morais, com pedido de indenização. Como já havia anunciado que faria, Richa processa o governador por causa da acusação de Requião de que o irmão do prefeito, José Richa Filho, teria utilizado na campanha eleitoral de Beto, em 2002, dinheiro desviado do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná.

O caso corre na 18.ª Vara Cível e a defesa do prefeito já afirmou ao juiz que não há disposição de conciliação, o que faz com que a primeira audiência seja de instrução, com a presença de Requião e Beto Richa para prestarem depoimento. Os advogados que defendem Richa, Luiz Fernando Pereira e Fernando Vernalha Guimarães, são os mesmos da ação movida por Cila Shulmann, fruto da mesma afirmação feita por Requião.

Acusação

Em fevereiro deste ano, o governador disse, durante uma "escolinha de governo", que teria ouvido do empresário Darci Fantin que, em 2002, José Richa Filho, irmão do atual prefeito, então diretor-financeiro do DER, teria desviado R$ 10 milhões para pagar a campanha eleitoral de Beto Richa a governador. Conforme gravação entregue pela defesa, Requião atacou diretamente o prefeito. "Não é uma questão familiar. Dez milhões de reais saíram indevidamente pela mão do José Richa do Departamento de Estradas e Rodagem. Eu quero o dinheiro de volta. (...) Não vou polemizar com o Beto Richa, quero só que devolvam o dinheiro desviado do DER", disse Requião na época, em uma gravação feita por uma emissora de televisão. Cila foi citada por Requião porque ela era a marqueteira da campanha de Beto.

De acordo com a ação, a denúncia foi motivada meramente por uma divergência política. "Ainda que se destine a reparar os prejuízos decorrentes das ofensas que diretamente lhe foram desferidas, é também na defesa da memória do pai que Beto Richa articula esta ação", diz o texto da ação.

A declaração, de acordo com Richa, teria lhe causado inúmeros prejuízos, que não são citados no processo. "Para tentar diminuir o abalo moral sofrido pelo autor (o prefeito), já que não se volta no tempo, nem se obriga as pessoas a esquecerem o que ouviram, Requião deverá ser condenado ao pagamento de uma indenização pecuniária", dizem os advogados de defesa na argumentação da ação. O valor da indenização não é estipulado, porém os advogados sugerem que seja no mínimo 360 salários mínimos, ou R$ 136,8 mil.

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