Discurso
Presidenciável minimiza conflitos com Marina e afaga produtores rurais
Durante visita a região de Curitiba, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), minimizou possíveis conflitos com a aliada Marina Silva. Nesta semana, eles divergiram publicamente sobre a formação de palanques nos estados para as eleições de 2014. Enquanto ela defendeu candidaturas próprias, Campos disse que as decisões estaduais devem beneficiar o projeto nacional do partido.
"Quando fizemos a parceria com a Rede, sabíamos que teríamos que conviver com essas situações em alguns lugares. Mas o que interessa para nós é um projeto nacional", disse. Ele também afirmou que não acredita que o discurso ambiental de Marina possa afetar sua relação com os produtores rurais e diz que aposta na aproximação com a classe.
"Não podemos dizer que quem está no campo tem preconceito com a visão de sustentabilidade, com a Marina, ou conosco, porque não tem. Temos que ter uma aproximação, nunca fomos a força política mais próxima dessa realidade e queremos nos aproximar", disse.
No evento
Ontem, Campos afagou os representantes do agronegócio. Ele disse que estava presente ao evento para "aprender como fazer uma agricultura competente, comprometida com a sustentabilidade". "Para construirmos um Brasil mais forte, temos que conversar com o campo." Questionado mais tarde se, com a participação no evento, tentava quebrar as resistências do setor produtivo à sua chapa, o governador disse que queria manter "um diálogo democrático e sereno" com os agricultores. (KB, com Folhapress)
O evento
O Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais 2013, promovido pela Federação de Agricultura do Paraná (Faep) e outras instituições, reuniu 5 mil produtores rurais.
Em tom de campanha, o pré-candidato à Presidência da República e governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), se mostraram alinhados em discursos críticos ao governo federal durante o Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais 2013, que ocorreu ontem em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Os dois políticos não descartaram a hipótese de Richa fazer palanque duplo no estado em 2014, apoiando tanto o companheiro do PSDB senador Aécio Neves (MG) quanto o governador pernambucano. "Se for confirmada uma composição com o PSB no ano que vem, vamos estudar de que forma vamos nos comportar para garantir os dois palanques presidenciais", afirmou o tucano.
Campos ressaltou a união do PSB com Richa, já que o partido fez parte das últimas administrações municipais e apoiou o tucano na eleição ao governo em 2010. "Hoje o governador tem o palanque dele e nós teremos os nossos palanques nacionais, mas não vamos constranger ninguém com esse debate sobre palanque", disse.
Críticas
Em sua fala para um público de mais de 5 mil produtores, o presidenciável não perdeu a chance de atacar a gestão da petista Dilma Rousseff. "O atual plano do governo federal não vai gerar nada de novo para o país. Há uma série de questões que podem ser enfrentadas com planejamento, racionalidade e com um time que saiba fazer, porque o time de falar já está completo."
Campos afirmou ainda que os atuais modelos de alianças políticas não consideram as demandas da população. "Não adianta pacto político sem observar os anseios do povo, senão vira plano de político só para ficar no poder." O governador aproveitou a ocasião para se colocar como opção de mudança, sem citar literalmente as eleições do ano que vem. "Temos duas opções: ou somos mudados ou partimos para a mudança", ressaltou.
O governador Beto Richa também fez ressalvas ao plano federal ao criticar o "baixo investimento" em infraestrutura e logística no país, o que, segundo ele, prejudica o escoamento da produção rural e o desenvolvimento do estado. "O Paraná tem procurado se preparar para a supersafra, mas não temos condições plenas, até por falta de uma sintonia melhor com o governo federal."
Ele também citou uma "perseguição política" que tem sofrido na liberação de empréstimos do governo federal para o estado. "O Paraná não tem a pior situação do país no que se refere à questão fiscal, de endividamento, de limite prudencial ou de gastos com a folha de servidores", afirmou. Na última quarta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CNM) autorizou a prorrogação do prazo para que o governo do Paraná obtenha um empréstimo de R$ 817 milhões.
Durante o discurso, Richa elogiou a possível candidatura de Campos para a Presidência citando duas pesquisas Ibope que apontaram o pernambucano como mais bem aprovado do país. Nos mesmos levantamentos, o governador paranaense ficou em segundo lugar. "Ele está sendo convocado a participar do pleito eleitoral do ano que vem pelo bom trabalho que vem fazendo em Pernambuco", disse.
Alianças
O presidenciável também visitou ontem a sede do diretório paranaense do PPS em busca de apoio. O PPS no Paraná aprovou a indicação da candidatura de Soninha Francine (PPS) à Presidência, enquanto alguns estados apoiam Campos e outros, Aécio Neves. A legenda deve decidir que caminho seguir no congresso nacional que promove em dezembro.
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