Uma rifa que está sendo vendida no interior do estado tem como objetivo arrecadar pelo menos R$ 1 milhão para a facção criminosa que atua no estado. O dinheiro, segundo a polícia, é utilizado pelos criminosos para a compra de armas e no pagamento de despesas com viagens das mulheres dos presos para visitá-los. A facção também arrecada dinheiro com a contribuição dos detentos - calcula-se que a cifra chegue a R$ 9 milhões por ano nos 144 presídios de São Paulo - além do tráfico de drogas e financiamento de assaltos e seqüestros.
A existência da rifa como mais uma fonte de renda foi descoberta depois que a Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), apreendeu durante uma operação para prender traficantes de drogas, dois talões do sorteio numa casa em São José do Rio Preto, interior do estado. Cada talão tinha 100 bilhetes. A polícia já vinha investigando a existência da rifa e acredita que existam pelo menos 100 mil números em circulação.
O delegado da Dise Joseli Donizete Curti disse que os bandidos se negaram a dar mais detalhes, mas já se sabe que as rifas eram repassadas para os familiares dos presos para serem vendidas. Cada unidade é vendida por R$ 10. Em São José do Rio Preto, um sorteio já ocorreu no dia 17 de junho. O comprador concorreu a um carro Gol, uma motocicleta, geladeira, fogão, microondas, televisão 29 polegadas e DVD. A rifa foi chamada de 'ação entre amigos'.
- Foram distribuídos 5 prêmios. Só em São José do Rio Preto, a arrecadação chegou a R$ 100 mil. Mas as rifas foram distribuídas em outras cidades e calculamos que o valor a ser arrecadado chega a R$ 1 milhão, nos próximos meses, com a distribuição de 100 mil bilhetes - disse o delegado.
Curti contou que as investigações começaram há três meses. Na última terça-feira, os policiais conseguiram prender Glauco Negretti da Costa, de 19 anos, Lucimeire da Silva, de 27 anos, Ana Paula Xavier, de 29 anos, e João de Oliveira Santos, de 26 anos, que eram traficantes, e estavam com os talões. Todos tinham ligações com detentos da Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior do estado, de acordo com o delegado.
No local, a polícia encontrou, também uma balança, 3 quilos de crack, 5 celulares, um revólver, coletes à prova de balas e R$ 180. Os presos vão responder por tráfico, associação ao tráfico e porte de armas e pegar uma pena de até 15 anos de detenção. Segundo o delegado, as investigações estão apenas começando.
- Vou pedir a quebra do sigilo bancário das pessoas que foram presas para tentar descobrir por onde o dinheiro das rifas passou - disse Curti.
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