No primeiro dia após a confirmação das prévias do PMDB para 19 de março, o governador gaúcho, Germano Rigotto, já deixou claro, com fortes críticas à política econômica do governo Lula, qual será sua plataforma para obter a indicação do partido e, se isso se confirmar, para conquistar o eleitorado na disputa pela presidência nas eleições deste ano.
- Estarei voltado para uma mudança da política econômica. A política econômica do governo Fernando Henrique teve continuidade no governo Lula e, com ela, o país não se desenvolveu como poderia e aumentaram as desigualdades sociais. Não tivemos o crescimento que poderíamos ter e não tivemos o emprego que poderíamos ter - disse o governador.
Suas críticas mais fortes foram feitas aos juros altos, responsáveis por todas as outras distorções, disse. São os juros, segundo Rigotto, que estão causando a valorização artificial do real e, com isso, freando a economia e desarticulando todo o setor exportador brasileiro.
- Falam em superávit comercial, mas ele ocorre com base em produtos de baixo valor agregado, de commodities e porque a economia freada está levando a importações menores. A cada semana diminui o número de exportadores, o que nos faz perder empregos e comprometer segmentos importantes como o calçadista e moveleiro - advertiu Rigotto.
O governador gaúcho entende, entretanto, que não dá para falar apenas em juros.
- Esse é um dos pilares. Mas precisamos ter um conjunto de ações que mudem a política econômica para permitir que o país cresça. Segundo Rigotto, a redução dos juros não representará riscos para o controle inflacionário, porque não há mais uma cultura inflacionária como havia antes e a inflação está sob controle.
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