Os dois pré-candidatos a presidente da República do PMDB, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e o governador licenciado do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, vêm ao Paraná nesta semana buscar apoio de deputados e lideranças. Ambos correm atrás do voto dos 2.800 convencionais do partido que vão participar das prévias de 19 de março para escolher o candidato à sucessão presidencial.
Germano Rigotto passará por Curitiba hoje pela manhã e segue para Foz do Iguaçu, onde às 15h30 se reúne com lideranças. Retorna para o Rio Grande do Sul no mesmo dia e estará novamente no Paraná na quinta-feira para fazer um giro pelo interior.
Anthony Garotinho chega amanhã e vai visitar cinco cidades. Ele já esteve em campanha no Paraná no fim do mês passado e foi recebido pelo governador Roberto Requião (PMDB) na residência oficial, na Granja Cangüiri.
A bancada estadual do PMDB e a maioria das lideranças do Paraná declararam apoio a Germano Rigotto quando o gaúcho anunciou sua candidatura na prévia.
O favoritismo de Rigotto, no entanto, diminuiu depois da vinda de Anthony Garotinho ao Paraná no mês passado. A bancada estadual está dividida. O vice-presidente estadual do PMDB, Nereu Moura (PMDB), continua defendendo o nome de Rigotto, mas reconhece que Garotinho está mais organizado na campanha, pede o voto pessoalmente e montou uma equipe que telefona diariamente para deputados e convencionais em busca de apoio. "Rigotto tem o melhor perfil para ser candidato a presidente, bom histórico e imagem. Seria mais fácil subir nas pesquisas, mas Garotinho trabalhou mais e tem maiores chances de ganhar as prévias", comparou.
A visita dos pré-candidatos, segundo o vice-presidente, será uma oportunidade para que os convencionais possam conhecer as propostas de cada um antes de decidir o voto. "Vamos estimular o debate para que através da livre escolha o partido possa eleger a melhor opção do PMDB para o país", disse Moura, que tem direito a quatro votos na prévia, como deputado estadual, delegado na convenção nacional, delegado na convenção estadual e integrante do diretório estadual.
O deputado vai aproveitar a presença de Rigotto no Paraná para levá-lo em reuniões na sua base eleitoral, em Pato Branco, na Região Sudoeste, onde o PMDB está melhor estruturado.
Apesar de uma ala governista do PMDB, encabeçada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e pelo ex-presidente e senador José Sarney (AP), continuar trabalhando por uma aliança com o PT, Nereu Moura avalia que o processo de disputa interna sinaliza que o restante do PMDB está determinado a lançar candidato próprio a presidente.
O partido não deve recuar nessa intenção, mesmo sem alianças na campanha. "O PMDB tem que ser partido para disputar sozinho. Nós não ganhamos a eleição no Paraná com chapa puro sangue?", compara.
O resultado da prévia, segundo ele, pode não ser definitivo para oficializar o nome do eleito que ainda terá que ser aprovado na convenção de julho mas terá valor político porque vai legitimar a candidatura própria.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura