O Senador Roberto Requião será candidato ao governo do Paraná. A decisão do partido foi confirmada em votação realizada nesta sexta-feira (20), durante convenção do PMDB, em Curitiba. A escolha elimina a possibilidade do partido de apoiar a reeleição de Beto Richa (PSDB).
A candidatura do Requião foi conquistada com 319 votos, contra 250 que optaram pela coligação. Houve ainda quatro votos nulos e um em branco.A votação foi encerrada por volta das 12h30. Ainda nesta sexta deve ser realizada eleição para decidir o nome do possível candidato a vice-governador. Também será votada a possibilidade de agilizar o processo de aliança com outros partidos eliminando a exigência de realizar uma convenção para deliberar a formação de futuras coligações.
A reunião começou às 8h30 e acontece no Clube Urca. O diretório do partido contratou uma equipe de seguranças para evitar transtornos e impedir que militantes entrem no local. Em frente ao local de votação, aproximadamente 150 militantes pró-Requião gritaram palavras de ordem e exibiram faixas de apoio ao ex-governador. No início da manhã, um caminhão de som em apoio a Requião provocou desentendimentos com militantes favoráveis à coligação com o PSDB. "Me chama que eu vou, Requião governador", era a mensagem gritada por dezenas de militantes. O grupo de apoio à coligação estava em menor número e manteve-se discreto.
Na votação, Requião declarou que o alto número de seguranças demonstra o desespero dos adversários. "Essa tentativa de coligação vai ser absolutamente malsucedida. Reconheço o constrangimento no rosto daqueles que sabem que fizeram a escolha errada", declarou. Em discurso para os delegados, Requião afirmou que Beto Richa foi o pior governador da história do Paraná e criticou também a atuação do PSDB em âmbito nacional, enfatizando que o PMDB não pode fazer coligação com o partido.
Após o discurso de Requião, Pessuti pediu a palavra e relembrou os casos em que Requião teria impossibilitado a candidatura de membros do PMDB. O ex-governador relembrou os casos de Elias Abrão, que tentou ser candidato ao governo do estado em 1994; de Gustavo Fruet, em 2004, e do próprio Pessuti, nas eleições de 2010. "Meu voto é pelo fortalecimento do partido", disse. Ele terminou citando a dupla sertaneja Chico Rey e Paraná: "Quem bate nunca se lembra, quem apanha jamais esquece". Enquanto falava, Pessuti foi vaiado por aproximadamente metade dos delegados presentes, que o chamaram de traidor.
Além dos delegados, também estavam presentes dois observadores nacionais do PMDB: Mauro Mariani, deputado federal por Santa Catarina, e Marcelo Nascimento, advogado do diretório nacional. De acordo com Nascimento, ele recebeu denúncias de três possíveis irregularidades na votação: de que delegados cujos nomes não constavam na lista votaram; de que alguns itens da cédula estavam confusos e de que houve tentativas de fotografar o voto, o que é ilegal. Até agora, nenhuma das irregularidades foi confirmada.
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