O secretário do Emprego, Trabalho e Economia Solidária, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), se afastou temporariamente de seu cargo no governo para reassumir sua cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná. O deputado volta com o intuito de votar na eleição para conselheiro do Tribunal de Contas. Apesar dos sinais claros de envolvimento direto de Beto Richa no processo, Romanelli nega que haja influência do governador em seu retorno. "Foi uma decisão minha, pessoal", frisou o deputado.
Além disso, Romanelli não confirmou seu voto no candidato do governo, Ivan Bonilha. "O processo de votação não é secreto? Eu vou votar no candidato que for orientado pelo conjunto da maioria (sic)", despistou. O deputado confirmou, também, que deve ficar apenas alguns dias na cadeira, mas que pode voltar à Casa no futuro, no caso de nova votação apertada. "Todos sabem que estou licenciado e posso reassumir a qualquer momento, como preceitua o regimento interno".
Com isso, o governo Beto Richa consegue mais um voto para seu candidato e tira um voto da oposição. O suplente de Romanelli é Elton Welter (PT), que já havia declarado seu voto no deputado Augustinho Zucchi (PDT), junto com o resto da bancada petista.
Welter destaca que a manobra faz parte do jogo político e que essa jogada era previsível. "Minha posição era pública. O governo deve ter feito as contas e chamou o secretário para cá", afirma. O deputado lembrou que o uso desse expediente não é novidade na Casa: durante o governo Jaime Lerner, Nelson Justus, então secretário da Indústria e Comércio, foi chamado de volta à Assembleia para votar a favor da venda da Copel.
Apesar de tudo isso, o líder do governo, o deputado Ademar Traiano (PSDB), se declara otimista e calcula que Bonilha terá entre 30 e 35 votos. "Existem algumas resistências, mas posso assegurar que vamos ter a maioria absoluta dos votos para nosso candidato", afirma. Para garantir a eleição, 28 votos são suficientes.
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