Pelo menos três momentos no último mês expuseram as farpas entre o governo do estado e a base aliada na Assembleia Legislativa. Durante a votação em plenário do programa que criou a Nota Fiscal Paranaense, Felipe Francischini (SD) declarou voto favorável a uma emenda que tiraria milhões de reais da arrecadação do estado. “Você está de sacanagem”, disse de imediato o líder do Executivo na Casa, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), que já tinha orientado a bancada a votar contra a medida.
Dias depois, numa sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), parlamentares aliados da chamada “ala teen” seguraram a aprovação do “pacotaço” fiscal do Executivo como forma de mandar um recado de que querem ser mais ouvidos. Além disso, há uma semana, o líder do PSDB, Francisco Bührer, comandou uma rebelião na base e forçou Romanelli a retirar um requerimento pedindo regime de urgência na tramitação do projeto da Paranaprevidência.
“Em qualquer Parlamento do mundo, há uma regra não escrita de avisar o que será feito, até mesmo por parte da oposição. É uma relação de respeito para o bom exercício do mandato”, defendeu Romanelli. “Fui surpreendido nesses três casos e já aprofundei o debate para que isso não se repita. Só tenho pedido que, se algum aliado tiver posição divergente, me diga, para eu não contar com esse voto.”
Afinando o discurso
Na tentativa de aparar as arestas entre base e Executivo, o secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, tem despachado todas as terças-feiras pela manhã do gabinete da liderança do governo na Assembleia. Para Romanelli, o cenário atual exige esse tipo de atitude. “No país todo, há uma forte cobrança da sociedade sobre a postura e a conduta parlamentar”, afirmou. “Além disso, os novos deputados são quadros bons e preparados, com disposição para o trabalho. Isso requer um debate mais aprofundado e técnico e, paradoxalmente, menos político.”
Questionado sobre a nota 6,26 dada pelos governistas na relação com o Palácio Iguaçu, o peemedebista não considerou baixa a avaliação. “Os primeiros 90 dias foram um momento de ajuste. Certamente teremos uma avaliação melhor durante o ano. Considerando as atuais circunstâncias, seríamos aprovados sem necessidade de exame.” (ELG)
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