Ronan nega que tenha dado dinheiro para campanhas do PT

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Ronan Maria Pinto, empresário em Santo André (SP) e dono do "Diário do Grande ABC", disse, em depoimento na CPI dos Bingos, nesta quinta-feira, que conheceu Celso Daniel em 1989, quando este já era prefeito de Santo André, mas que nunca contribuiu para as campanhas do petista, assassinado em 2002. Negou também que lhe tenham pedido dinheiro para as campanhas do PT, afirmação que não convenceu o relator da CPI, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).

Ronan disse que, tão logo conheceu Celso Daniel, começou a ter com ele o que chamou de relações institucionais. Sobre seus negócios, contou ter empresas em várias cidades de São Paulo e também em outros estados e em Brasília, principalmente de ônibus. Ele disse ainda que já deixou de trabalhar em empresas ligadas ao setor de limpeza urbana.

Ronan disse que há pouco mais de dez empresários de ônibus em Santo André, responsáveis por um total de 390 ônibus, e que ele controla entre 50% a 55% do setor. Ronan negou que esses empresários sejam extorquidos pelo poder municipal, como tem denunciado a imprensa.Ronan voltou a negar na CPI que tenha pagado qualquer propina para políticos na cidade.

Ele negou qualquer ligação com empresários da área de jogos e de casas de bingos. Disse também que é amigo de Klinger Luiz Oliveira, ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André, apontado como um dos principais articuladores do esquema de corrupção na prefeitura daquele município. E voltou a negar na CPI que tenha pagado qualquer propina para políticos na cidade.

O empresário afirmou que Constantino de Oliveira, proprietário da Gol, lhe ajudou no início da carreira. Ronan disse que Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, foi seu amigo e que suas relações logo se transformaram em relações comerciais, por meio de uma associação em várias empresas. Desde 2003, segundo o empresário, o Sombra não é mais seu sócio.

Ronan disse que começou sua vida como caminhoneiro. Informou que está há 22 anos em Santo André, onde começou sua trajetória empresarial no setor de transporte coletivo.

- Estou assombrado com tudo o que se tem dito sobre mim, sobre a minha pessoa. Quero agradecer aqui a oportunidade de poder esclarecer todas as dúvidas - disse aos senadores.