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Polícia Federal afasta delegados a pedido do STJ

A Polícia Federal confirmou na noite desta terça-feira o afastamento do delegado Zulmar Pimentel, da diretoria-executiva da PF, e do delegado Cesar Nunes, da Superintendência da instituição na Bahia, a pedido da ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável pelo inquérito da Operação Navalha . O delegado Paulo Bezerra não será afastado, como também pediu a ministra, porque está cedido ao governo da Bahia, onde exerce o cargo de secretário de Segurança. No lugar de Zulmar Pimentel, assume interinamente o delegado Getúlio Bezerra. Na Bahia, o delegado Joílson Ribeiro Alves substituirá César Nunes.

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A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon ouve nesta quarta-feira (30) o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e os governadores Teotonio Vilela Filho (PSDB), de Alagoas, e Jackson Lago (PDT), do Maranhão. Ulisses César Martins dos Santos, ex-procurador do Maranhão, e o deputado distrital Pedro Passos Júnior (PMDB) também receberam intimação da ministra.

Eles foram convocados a prestarem esclarecimentos sobre suposto envolvimento no esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos desmontado pela Operação Navalha, da Polícia Federal (PF). Eliana Calmon é relatora do inquérito que apura o caso.

Os depoimentos começam nesta manhã e foram marcados de acordo com os pedidos dos intimados. Os dois governadores serão os primeiros ouvidos, seguidos pelo ex-procurador e pelo ex-ministro. A previsão é que os depoimentos durem até duas horas, também a pedido dos depoentes.

Segundo a assessoria do STJ, apenas o deputado distrital Pedro Passos, que também foi convocado a dar explicações sobre o caso, não telefonou para o tribunal demonstrando interesse em prestar depoimento. Por isso, ele não deve ser ouvido nesta quarta.

Ministro

Silas Rondeau pediu demissão do cargo na última terça-feira (22), após ser apontado pela PF como suspeito de ter recebido, dentro do próprio ministério, R$ 100 mil de propina da construtora Gautama.

Na carta a Luiz Inácio Lula da Silva, Rondeau disse que deixou o cargo para se defender das "descabidas e injustas inverdades". "A injustiça que recaiu sobre a minha pessoa leva-me a solicitar a vossa excelência minha exoneração, a fim de melhor proteger minha pessoa, minha família, minha honra, minha história e permitir ao governo que siga com todas as energias voltadas para o crescimento do país", afirma o texto.

Em nota, no mesmo dia, ele afirmou também que a decisão de deixar o cargo teve o objetivo de evitar "que a imagem do governo seja de algum modo afetada".

Teotonio Vilela Filho

As gravações da PF apontam para um suposto envolvimento do governador Teotonio Vilela no favorecimento à empreiteira Gautama em Alagoas. A empresa teria interesse na liberação de dinheiro para construção de barragens e até um encontro entre o governador alagoano e o dono da Gautama, Zuleido Veras, teria sido organizado pelo representante do governo de Alagoas, Enéas de Alencastro.

No último dia 23 de maio (quarta-feira), o governador de Alagoas negou qualquer influência política do empresário Zuleido Veras, dono da Gautama, no estado. "Ele (Zuleido) tem obras em Alagoas e não tem nenhuma influência no governo do estado", afirmou. "Ele circula como outros empresários", ressaltou.

Teotonio Vilela minimizou ainda sua relação com o empresário. "Não sou do convívio social dele. Nunca fui à casa dele, nem ele foi à minha", disse. O governador falou também que nunca "teve fixação" em saber as referências sobre o empresário.

Jackson Lago

O governador do Maranhão, Jackson Lago, chegou a ter pedido de prisão pedido pelo Ministério Público (MP), mas a ministra Eliana Calmon, relatora do inquérito, considerou que não havia elementos para mantê-lo detido quando a Operação Navalha foi deflagrada.

Dois sobrinhos de Lago, Alexandre Maia Lago e Francisco de Paula Lima Junior, foram acusados de receber dinheiro da empreiteira Gautama.

Os sobrinhos do governador do Maranhão, entretanto, se negaram a prestar esclarecimentos durante os depoimentos e acabaram soltos pela Justiça.

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