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A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber votou nesta quinta-feira (4) pela condenação por corrupção ativa do ex-ministro José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino, do ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares, além do empresário Marcos Valério e mais quatro pessoas ligadas a ele. A ministra afirmou que eles participaram de "elaboração sofisticada" para corrupção de parlamentares. "Alcançando tanto os responsáveis por sua idealização quanto os responsáveis por sua execução. Mas só Delúbio Soares? Não. Todos."

Esse é o segundo voto pela condenação dos oito réus, incluindo Dirceu. O ministro Ricardo Lewandowski absolveu Dirceu e Genoíno e responsabilizou Delúbio pelo esquema. Mais sete ministros precisam apresentar seus votos.

"Com todo o respeito, não é possível acreditar que Delúbio teria comprometido o PT com dividas de R$ 55 milhões e repassado aos partidos da base aliada", disse.O presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, fez uma interferência no voto e disse que Delúbio "não faria carreira solo com esse volume de manejo de somas de recursos".

Ela completou: "para mim existe prova acima do razoável que Delúbio não pode ser responsabilizado sozinho. Então concluo, com base em todos esses elementos, da responsabilidade de Dirceu, especialmente considerado os limites da imputações por repasses financeiros aos quatro partidos", disse.

Ela disse que tinha convicção da participação de todos. "Eu preciso colocar minha cabeça no travesseiro e dormir", disse.

A ministra justificou que não era apenas o depoimento do ex-deputado Roberto Jefferson que envolveu Dirceu no esquema, mas por se tratar de um caso de corrupção, era preciso ter "maior elasticidade na admissão de prova da acusação é o que impõe a técnica mais adequada para interpretação dos fatos"."Nos autos aqui evidenciam uma elaboração sofisticada para corrupção de parlamentares, de tal modo prometeram vantagem indevida a deputados, tais parlamentares receberam a propina prometida, consumada a corrupção ativa pela promessa, e a passiva pelo recebimento."

"Sem corruptor não há corrompido", disse apontando que houve um esquema de promiscuidade na relação do Executivo com o Congresso.

Ela explicou que divergiu do revisor Ricardo Lewanodwski sobre a participação de Tolentino, pela proximidade do advogado com Valério.

A ministra disse que houve reuniões de Tolentino com integrantes do núcleo publicitário que trataram da lavagem de dinheiro e que as empresas dele teriam participado da ocultação de recursos públicos desviados. "Rogério participou do crime de corrupção ativa nos repasses aos parlamentares do PP", afirmou.

Rosa Weber, Lewandowski e Barbosa absolveram Geiza Dias, funcionária de uma agência de publicidade de Valério e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, por falta de provas.

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