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Atualizado em 28/03/2006 às 20h38

A governadora Rosinha Garotinho deve renunciar ao governo na próxima sexta-feira, para se candidatar ao Senado. Em seu lugar, assumirá o vice Luiz Paulo Conde. De acordo com o secretário de Comunicação Social, Ricardo Bruno, nesta quarta-feira ou no mais tardar na quinta-feira, a governadora deverá bater o martelo sobre o seu destino. Na manhã desta terça, estava decidido que Rosinha deixaria o governo na sexta-feira. Segundo Bruno, mais tarde, no entanto, foi discutida a possibilidade de ela permanecer no cargo.

A assessoria do Palácio Guanabara divulgou uma nota em que nega que a decisão final já esteja tomada pela governadora ( clique e leia aqui a íntegra ). Na quarta-feira, Rosinha participaria de uma reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília, que acabou sendo cancelada. Na quinta, ela estará presente à reunião da Executiva Estadual, no Rio.Além de Rosinha, deixariam o cargo doze secretários. São eles: Claudio Mendonça, Luiz Rogério Magalhães, Luis Pezão, Rogério Vargas, Hugo Leal, Augusto Ariston, Gilson Cantarino, Fernando William, Cristino Áureo, Délio Leal, Chiquinho e Marcelo Itagiba.

"À disposição do partido"

Na tarde desta terça, no lançamento da Refinaria do Rio de Janeiro, Rosinha disse que pretendia cumprir seu mandato até dezembro, mas acrescentou que está à disposição de seu partido para uma possível candidatura nas eleições de outubro.

Caso a governadora permanecesse no cargo, haveria impedimento legal para o ex-governador e marido de Rosinha, Anthony Garotinho, ser candidato a outros cargos que não o de presidente da República ou vice. Caso ele não seja escolhido pelo PMDB na convenção do partido para disputar um destes dois cargos, Garotinho não poderia disputar nenhum outro. Pela lei eleitoral, parentes do governador não podem ser candidatos a cargos eletivos no mesmo estado.

Candidatura em risco

Mas a candidatura de Rosinha ainda corre risco. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda vai julgar recursos à decisão do plenário do TRE que, em maio de 2005, tornou Rosinha e Garotinho inelegíveis por três anos, por abuso de poder político e econômico na eleição municipal de 2004 em Campos. A punição alcançou também o candidato peemedebista a prefeito, Geraldo Pudim, derrotado, e o vencedor da eleição, Carlos Alberto Campista (PDT). Todos foram acusados de captação de sufrágio (compra de votos), entre outros crimes. A juíza baseou-se no artigo 41-A da lei eleitoral 9.054, de 1997.

A eleição para a prefeitura de Campos, reduto eleitoral dos Garotinho (ele governou a cidade por duas vezes, saindo de lá como líder estadual), foi das mais tumultuadas do Brasil. Houve várias denúncias de compra de votos e uso de programas sociais do governo estadual para influenciar os eleitores.

Rosinha e Garotinho recorreram da sentença, negando as irregularidades e alegando que só poderiam ser considerados inelegíveis depois de esgotados todos os recursos na Justiça Eleitoral. O casal atacou a juíza, acusando-a de ligação com o PT e chamando a sentença de terrorismo político. A reação dos dois foi condenada por magistrados de todo o país e até pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim. O casal teve até de se retratar numa nota.

A juíza chegou a conceder efeito suspensivo à sua própria decisão, mas voltou atrás alegando que errara. Em junho, o juiz Márcio Pacheco de Mello, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), suspendeu os efeitos da decisão da juíza de Campos e devolveu temporariamente os direitos políticos a Garotinho e a Rosinha.

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