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O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou nesta quarta-feira, em depoimento na Comissão de Agricultura do Senado, que não pode dividir a culpa pelas irregularidades cometidas pelo ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto, que foi demitido após ter autorizado o pagamento ilegal a uma empresa de armazenagem.

Rossi fez a afirmação ao responder a questionamento do deputado Álvaro Dias (PSDB-PR), que perguntou se o ministro se sentia responsável por não ter conhecimento das ações do diretor da Conab, inclusive do fato de a Advocacia Geral da União (AGU) ter recomendado que o pagamento fosse feito com precatórios. Dias também questionou o ministro sobre a presença do lobista Júlio Fróes nas dependências da pasta, "uma pessoa que não tem currículo e sim um prontuário".

Em sua defesa, Rossi afirmou que "não pode assumir a responsabilidade de controlar a portaria do Ministério". Ele atribui a falta de controle do trânsito de pessoas nas dependências da pasta à afabilidade dos funcionários da portaria e disse que mudanças estão sendo feitas para tornar o acesso mais rigoroso.

Ao longo das duas horas e meia de sessão na Comissão de Agricultura, Wagner Rossi ouviu muitos elogios dos senadores da base aliada do governo e questionamentos apenas de Alvaro Dias e de Demóstenes Torres (DEM-GO). Durante o depoimento, o ministro apresentou uma série de documentos relativos às reportagens publicadas pela imprensa e repetiu os argumentos utilizados nas entrevistas recentes, em que atribui as denúncias a ex-funcionários descontentes e à disputa interna na Conab. Ao sair da sessão Rossi alegou cansaço e não quis dar entrevistas para comentar o depoimento.

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