Tiro no carro
Polícia ainda não tem suspeito de atentado
A delegacia da Polícia Civil de União da Vitória ainda não tem nenhuma pista do autor do tiro contra o Ômega utilizado pelo motorista de Rossoni, Roderlei Alves, e pelo diretor-financeiro da Assembleia, Sérgio Brun. O veículo foi atingido por um disparo de uma arma calibre 12 no dia 10 de junho, quando seguia de União da Vitória para Bituruna, no Sul do Paraná. "Ainda não temos nada de concreto", admitiu o delegado Wagner Holtz Merege Filho, responsável pela investigação do caso.
Segundo ele, não foi possível encontrar testemunhas ou conseguir alguma informação do atirador. Holtz disse que ainda trabalha com duas hipóteses sobre a motivação do crime: tentativa de assalto e tentativa de homicídio. A previsão do delegado é que o inquérito possa ser finalizado até o fim de agosto. "Espero que surja algum fato novo."
O delegado confirmou que a investigação pouco avançou desde a entrega da perícia do Instituto de Criminalística do Paraná no final do mês passado. O perito José Silvestre de Ornelas Jr. concluiu que os ocupantes do carro sofreram uma tentativa de homicídio. Além disso, ele conclui que o disparo aconteceu a cerca de 5 metros do veículo e o atirador era familiarizado com a região, já que chegou e saiu a pé do local. (HC)
O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), recebeu ameaças de morte por meio de cartas entregues na sede do Poder Legislativo. Pelo menos dez correspondências chegaram ao gabinete da presidência recentemente com teor considerado "grave" pelo Gabinete de Segurança Militar. Cinco delas foram entregues na última segunda-feira à Polícia Civil, quando foi registrado um Boletim de Ocorrência no 3.º Distrito Policial, no bairro Mercês em Curitiba.
Esse é o segundo caso envolvendo a segurança do presidente da Assembleia que chega à Polícia Civil. O primeiro foi o atentado a tiro contra o carro utilizado por Rossoni. O presidente na Assembleia não estava no veículo. O autor do tiro ainda não foi identificado (leia ao lado).
Nos bastidores, comenta-se sobre ameaças ao presidente do Legislativo desde fevereiro, mas Rossoni evitava dar detalhes sobre o assunto. Porém, ele diz ter mudado de estratégia depois do atentado. Segundo ele, as ameaças pioraram recentemente, depois do anúncio, na semana passada, de que 90% das aposentadorias da Casa têm irregularidades. "Está ficando muito desgastante. Estou perdendo a tranquilidade", afirmou.
Rossoni assumiu a presidência da Assembleia no início deste ano, em meio a um dos períodos mais turbulentos da história do Legislativo paranaense. No ano passado, a série de reportagens Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPC TV, mostrou diversas ilegalidades no Legislativo. Para o presidente da Assembleia, as intimidações estão diretamente ligadas à mudança de gestão. Entre outras coisas, os seguranças da Casa foram afastados, alguns funcionários comissionados demitidos, benefícios irregulares foram cortados e a gráfica foi fechada.
Investigação
A Gazeta do Povo teve acesso a uma das correspondências entregues na delegacia, em que um remetente anônimo fala em contratar um suposto pistoleiro identificado como "Cachorro Louco" para matar Rossoni. "Não é possível [que] depois de velho tenha que começar a vida de novo e ainda arranjar dinheiro pra (sic) fazer execução. Vamos evitar de nos encontrar no inferno", diz a correspondência entregue na semana passada ao Legislativo.
No início da carta, o autor dá indícios da insatisfação: "Chega de sair baboseiras no jornal que vai derrubar enquadramento e demitir pessoal", afirma a carta que apresenta um endereço falso, na Vila Verde, em Curitiba. A desconfiança é de que o documento tenha sido entregue diretamente na caixa de correspondências da Assembleia, já que tem um selo, mas não tem carimbo de uma agência dos Correios.
O diretor do Gabinete Militar, tenente-coronel Arildo Luís Dias, da Polícia Militar, disse que há pistas para chegar ao autor de algumas ameaças, já que há cartas manuscritas. O superintendente do 3.º Distrito, Sérgio Quirino, confirmou que será iniciada uma investigação para tentar identificar um suspeito.
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