Com 758 mil quilômetros quadrados de área e uma conta de indenizações devidas estimada em R$ 20 bilhões, as Unidades de Conservação (UCs) são o mais recente objeto de disputa entre ambientalistas e defensores do agronegócio. Essa disputa, que promete repetir a polêmica da reforma do Código Florestal, nem esperou a votação das novas regras de proteção do meio ambiente terminar no Senado.

CARREGANDO :)

A extensão das áreas protegidas corresponde a três vezes o tamanho do estado de São Paulo – é também 40% maior que a França Segundo o Instituto Chico Mendes, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente responsável pelas áreas, há 310 Unidades de Conservação federais, concentradas sobretudo na Amazônia, onde as unidades fazem parte da estratégia de conter o avanço do desmatamento.

A nova disputa política mostrou os primeiros contornos durante a semana em audiência pública na Câmara. O deputado Moreira Mendes (PPS-RO), presidente da frente parlamentar da agropecuária, anunciou uma "grande campanha" para impedir que novas Unidades de Conser­vação sejam criadas sem a prévia autorização do Congresso Nacio­nal. Hoje, a criação é feita por meio de decreto presidencial.

Publicidade

Os argumentos são semelhantes aos usados na votação do Có­­digo Florestal na Câmara. "Daqui a pouco, do jeito que está, não sobra nada para a produção", reclamou Moreira Mendes, que convocou autoridades da área am­­biental do governo à Comissão de Agricultura.

"O argumento de que as unidades de conservação representam um impedimento ao de­­senvolvimento da agricultura é uma balela. A conservação é im­­portante para garantir a sustentabilidade da atividade econômica", reagiu Bráulio Dias, secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, presente à audiência.

O próximo round está previsto para esta semana, quando a ministra Izabella Teixeira com­­parecer a uma audiência na Câmara.