Foi fechado na manhã desta terça-feira o primeiro acordo de indenização a ser pago para um proprietário de imóvel interditado por conta do desabamento das obras da Estação Pinheiros da Linha 4 (Amarela) do Metrô, em janeiro deste ano. O valor do acordo não foi divulgado.

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As reuniões foram feitas entre representantes do Consórcio Via Amarela e proprietários de apartamentos de um prédio na Rua Conselheiro Pereira Pinto, em Pinheiros, Zona Oeste da capital. O imóvel fica no número 277 da rua.

Os proprietários desses apartamentos serão indenizados por danos morais, já que o prédio não foi abalado e os moradores só tiveram de sair por questões de segurança. Uma das reuniões acabou em acordo; a outra, não. Novas audiências acontecem ainda na tarde desta terça-feira.

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Nada feito

O aposentado Fidel Basques Monte, de 72 anos, não aceitou a indenização oferecida pelo consórcio. Pediu o dobro. De acordo com ele, a empresa queria pagar cerca de R$ 40 mil aos três moradores do apartamento. "Eu estava querendo um pouco mais porque sofro do coração", disse.

O aposentado levou exames para comprovar que sua doença exige cuidados especiais. De acordo com ele, sua saúde ficou prejudicada após o acidente. Monte reclamou, entre outras coisas, que o hotel onde está morando não permitiu que ele levasse para o quarto uma poltrona especial, que usa para dormir: "eu só durmo sentado".

A audiência será remarcada e ele pretende contratar um advogado particular para conseguir os cerca de R$ 80 mil preteridos.

Acordo fechado e saudade de casa

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A aposentada Teresinha Chaves, de 70 anos, foi a primeira proprietária a fechar acordo com o consórcio. Ela afirmou que chegaram a um consenso sobre o valor da indenização. "Deu tudo certo, chegamos a um acordo. A indenização será por danos morais por causa do transtorno e do sofrimento por que passamos."

Teresinha disse que não há previsão de data para o retorno ao apartamento, mas espera que isso ocorra já na semana que vem. "Você estar em um quarto de hotel, receber os filhos e os netos ali, não é bom", lamenta.

Hospedada em um hotel da região há mais de dois meses, a aposentada não vê a hora de voltar para a casa, onde mora há 28 anos: "Eu vou lá todo dia. Agora posso, pelo menos, entrar sem a Defesa Civil. Eu passo roupa e faço meu café".

No dia 7 de fevereiro, ela completou 70 anos e comemorou a data no hotel. O consórcio mandou um bolo de presente. Na audiência desta terça-feira, Teresinha foi representada por defensores públicos e esteve acompanhada do filho e da neta.

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