Um levantamento da ONG Congresso em Foco mostra que, nos últimos dez anos, o Senado Federal gastou R$ 16,7 milhões com ressarcimento de despesas médicas e odontológicas de senadores e ex-senadores. De acordo com a entidade, o gasto em 2008 chegou a R$ 1,6 milhão, atendendo, além de parlamentares no exercício do mandato, 44 ex-senadores e 5 dependentes de ex-representantes dos estados. As informações foram retiradas do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Anteontem, o senador Tião Viana

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(PT-AC) causou constrangimento entre os colegas ao divulgar em plenário suas despesas com saúde cobertas pelo Senado, depois de boatos de que teria se excedido nos gastos. Viana é apontado como autor das denúncias contra a atual gestão da Casa, do presidente José Sarney (PMDB-AP). O petista foi derrotado por Sarney na votação para a escolha do presidente do Senado, em fevereiro deste ano.

Gastos crescentes

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Os gastos com a saúde dos senadores é apenas um indicativo do tamanho do trabalho que a Fundação Getúlio Vargas terá ao propor a reestruturação administrativa do Senado. De acordo com a ONG Contas Abertas, os gastos do Senado Federal somaram R$ 2,8 bilhões em 2008. O cenário não é muito animador, já que os gastos da Casa são crescentes. Só a folha de pagamento no ano passado foi de 2,3 bilhões, 10% a mais que o valor pago em 2007.

Desgosto final

A ONG acredita que a economia com despesas pretendida pelo Senado, ao final da auditoria, pode vir a causar desgosto aos parlamentares. Isso porque, segundo a entidade, a Casa não poupa esforços na realização de solenidades. De um ano para cá, o Senado depositou pelo menos R$ 230 mil na conta de serviços de bufês que se destacam entre os mais caros de Brasília.

Câmara não se mexe

Diferentemente do Senado, que anunciou uma reestruturação administrativa, integrantes da cúpula da Câmara consideram que o quadro de funcionários da Casa é adequado e, em determinadores setores, chega a ser deficitário. Para o funcionamento do trabalho dos 513 deputados, são empregados cerca de 20 mil funcionários, sendo 104 de alto escalão. Alguns integrantes da Mesa Diretora da Câmara, entretanto, acham que o número não é suficiente.

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Contra a crise 1

A Câmara dos Deputados vai instalar, até quarta-feira, cinco comissões especiais para acompanhar o desdobramento da crise econômica mundial e os seus efeitos sobre o Brasil. As comissões foram divididas por temas e serão integradas por 18 deputados. Cada uma terá um presidente e um relator.

Contra a crise 2

O deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures (PMDB) foi confirmado na presidência da comissão relativa ao comércio. "Nós vamos ouvir ‘in loco’ os pequenos empresários, os comerciantes e os prestadores de serviços. Para isso, pretendemos percorrer o país para ouvir de perto as demandas desses segmentos com o intuito de garantir-lhes o apoio necessário às suas atividades."

Mais segurança

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O prefeito de Xambrê, Lucas Campanholi, e os nove vereadores do município encaminharam um pedido ao secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, para que aumente o efetivo policial na cidade. Eles consideram que os policiais militares que hoje atuam na região são insuficientes para a garantir a segurança no município. O pedido foi intermediado pelo deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB).

Na memória

O deputado estadual Ney Leprevost (PP) encaminhou ofício à Assembleia Legislativa pedindo que seja incluído nos registros da Casa os exemplares da Gazeta do Povo dos dias 19 e 20 deste mês, em que se noticiou o falecimento do jornalista Francisco Cunha Pereira Filho e sua trajetória. "Assim as futuras gerações poderão conhecer o empresário e humanista que ele foi", disse o deputado.

Por informações

A bancada do PT na Câmara avisa que reagirá à ameaça do líder do prefeito, Mario Celso Cunha (PSB), de que não deixará mais os pedidos de informação feitos pelo bloco serem aprovados. Segundo o vereador Pedro Paulo (PT), todos os pedidos negados serão encaminhados ao Ministério Público, para que o órgão tente conseguir as informações e as repasse aos vereadores.

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Só oficial

Pedro Paulo disse que o partido não se interessa por relatos feitos pelo líder do governo como resposta aos pedidos de informações apresentados pelos vereadores. A declaração é uma resposta à atitude de Mario Celso, que subiu na bancada da Casa na semana passada para responder a perguntas que estavam em um pedido de informação feito por Professora Josete (PT). O pedido, que queria esclarecimentos sobre suspeitas de fraude na Secretaria de Saúde, foi negado porque Mario Celso teria respondido tudo.

Sem titular

Nenhum parlamentar paranaense foi indicado para ser titular da Comissão de Orçamento do Congresso Nacional neste ano. Porém, cinco deputados do Paraná serão suplentes: Alex Canziani (PTB), Assis do Couto (PT), Nelson Meurer (PP), Ratinho Junior (PSC) e Ricardo Barros (PP). A comissão deve ser eleita amanhã e terá como presidente o senador Almeida Lima (PMDB).

Pauta trancada

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A Câmara dos Deputados começa a semana com oito medidas provisórias trancando sua pauta. A primeira delas é a MP que perdoa dívidas de até R$ 10 mil com a União. A MP estabelece também novas regras de parcelamento de débitos. A principal divergência é que o governo não concorda com a correção das dívidas pela Taxa de Juros de Longo Prazo – prefere a Taxa Selic.

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Pinga-fogo

"Ele subestimou a crise dizendo que a avalanche econômica era uma marolinha. Foi um delírio." Do deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) sobre Lula, cuja aprovação caiu, segundo duas pesquisas divulgadas na sexta-feira. A oposição comemorou a queda na avaliação positiva do governo federal.