| Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Caso o Senado decida julgar o impeachment e a presidente Dilma Rousseff seja afastada, os ministros do governo petista que são investigados no âmbito da Operação Lava Jato sob supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF) perderão imediatamente o foro privilegiado. Mas isso não significa que Aloizio Mercadante (Educação), Edinho Silva (Secretaria Comunicação Social), Jaques Wagner (Gabinete Presidencial), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) automaticamente cairão nas mãos do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal do Paraná, em Curitiba.

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Como em alguns casos continuará havendo no mesmo inquérito outros investigados com foro, caberá ao STF dar a palavra final.

“Na prática, o ministro Teori vai acabar decidindo caso a caso. Depende das circunstâncias das práticas criminosas e das provas”, avalia Eloísa Machado, professora de direito constitucional da FGV.

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Já Dilma, que na semana passada também passou a ser investigada por suposta atuação para que tribunais superiores libertassem empreiteiros presos, mantém o foro até a conclusão do julgamento impeachment no Senado.

“Ela permanece resguardada com o foro até porque pode voltar à Presidência”, acrescenta a professora da FGV.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que poderia ganhar foro se tivesse a sua nomeação para o Ministério da Casa Civil autorizada pelo STF, também perderá, com a saída de Dilma, a possibilidade de obter o benefício. O petista foi denunciado semana passada pela Procuradoria Geral da República por ter participado da suposta tentativa de evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Ceveró. O caso está no Supremo porque o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), que tem foro, também participou da operação.

Ministros

Edinho Silva

 
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Inquérito apura se a UTC doou verba desviada da Petrobras à campanha de Dilma em 2014, da qual Edinho foi tesoureiro. O ministro foi citado por executivos da Andrade Gutierrez e Engevix por pedir caixa 2 e é acusado de usar contratos fictícios para quitar débitos da campanha.

Jaques Wagner

 

O ministro e ex-governador da Bahia é citado em inquérito da Procuradoria Geral da República (PGR ) que apura se ele ajudou a liberar verba do governo federal para a OAS em troca do apoio da empreiteira a seu candidato à prefeitura de Salvador em 2012.

Aloizio Mercadante

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Em setembro, o STF abriu inquérito para apurar se Mercadante recebeu R$ 250 mil de caixa 2 do dono da UTC, Ricardo Pessoa, na campanha ao governo de São Paulo em 2010. Na última terça, a PGR pediu para investigar se o ministro tentou impedir a delação de Delcídio Amaral.