Henrique Meirelles, ministro da Fazenda do governo Temer.| Foto: Lula Marques/Agência PT

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira (17) que a queda de ministros do governo do presidente em exercício, Michel Temer, não tem alterado a rotina de trabalho da equipe econômica. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) deixou a pasta do Turismo ontem, após ser citado em delação premiada na Operação Lava Jato.

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“Acredito que temos condições de continuar trabalhando normalmente. A saída de ministros citados em investigações não tem alterado nosso trabalho, temos trabalhado normalmente com o presidente Temer”, afirmou Meirelles em entrevista à Rádio CBN.

Questionado se ainda estaria envolvido na política, Meirelles, que já foi deputado federal por Goiás, respondeu que está totalmente focado no trabalho na pasta. “Sou candidato a fazer um bom trabalho no Ministério da Fazenda e corrigir essa trajetória fiscal que temos desde a Constituinte. Conseguindo fazer isso, estarei realizado profissionalmente”, completou.

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O ministro voltou a defender o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) anunciado no mês passado e detalhado nesta semana, que cria um teto para o crescimento do gasto público, passando a ser limitado pela variação da inflação no anterior.

A medida proposta terá a duração de nove anos, podendo ser alterada a partir do décimo ano. “Estamos apresentando projeto de longo prazo que será válido e aprovado para diversos governos e mandatos”, resumiu.

Meirelles disse estar confiante na aprovação da PEC pelo Congresso Nacional e avaliou que pela primeira vez no Brasil haverá uma discussão profunda sobre a alocação das despesas no Orçamento. “O país coloca como diretriz básica que Orçamento não pode crescer acima de capacidade arrecadatória. A partir da aprovação do teto, será uma questão de conjugação de itens dentro do Orçamento. Qualquer despesa que cresça muito irá tirar espaço de outras”, enfatizou.

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Já proposta de PEC para a reforma da Previdência – cujos benefícios ficaram de fora da PEC proposta esta semana – ainda deve demorar para ser divulgada. De acordo com Meirelles, o grupo de trabalho montado para abordar o tema deve levar ainda de quatro a oito semanas para apresentar o projeto. “O grupo está trabalhando intensamente para apresentar propostas o mais rápido possível, esperamos que dentro das próximas semanas, podem ser quatro, podem ser oito semanas”, afirmou.

Sem adiantar o teor dos estudos em andamento, o ministro confirmou que a vinculação dos benefícios previdenciários ao salário mínimo é “tema central” de análise. “A solução que vai ser encontrada vai ser consistente com esforço fiscal do país”, limitou-se a responder.