A demissão do ministro do Esporte, Orlando Silva, já era esperada no Senado Federal. Governistas e oposicionistas previam que ocorresse com ele o mesmo que ocorreu com outros quatro ministros que deixaram o governo após denúncias de corrupção. As informações são da Agência Brasil. "Acho que ocorreu o mesmo que em outros momentos: as denúncias surgem, as pessoas conseguem se defender a contento, mas surgem novas questões e politicamente fica inviável", disse o líder do bloco de apoio ao governo no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE). Para ele, a presidenta foi coerente e aguardou as explicações do ministro antes de tomar qualquer decisão. Já o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), não se mostrou satisfeito com a demissão de Orlando Silva. Na opinião dele, se não houver investigação sobre as denúncias de favorecimentos de aliados políticos do ministro do Esporte, a demissão não terá efeito profundo. O senador tucano avaliou ainda que a presidenta demorou para afastar o ministro Orlando Silva, assim como agiu com os demitidos anteriores. "Ele cumpriu o roteiro estabelecido pelo governo em casos de queda de ministros: viveu um calvário desnecessário", declarou Dias. Ainda para o oposicionista, a presidenta mostrou-se "insegura" para tomar uma decisão. Líder de um partido que se considera "neutro" em relação ao governo, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) também já esperava pela demissão. Na opinião dela, o ministro não podia permanecer no cargo e a decisão de afastá-lo foi correta. "O caminho é esse. Diante de denúncias graves não dá para o cidadão ficar no cargo. Ele pode até provar sua inocência, mas precisa se afastar do cargo. Nós devemos isso à sociedade", disse Kátia Abreu. Em reportagem publicada pela revista Veja, o policial militar João Dias Ferreira acusou o ministro e assessores de cargos de alto escalão do Ministério do Esporte de participarem de um esquema de desvio de recursos do Programa Segundo Tempo.

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