Os vereadores Paulo Salamuni (PV) e Renata Bueno (PPS) pediram nesta segunda-feira (30) o afastamento de todos os vereadores suspeitos de irregularidades após a série de reportagens Negócio Fechado, da Gazeta do Povo e da RPCTV. João Luiz Cordeiro (PSDB), Emerson Prado (PSDB), Roberto Hinça (PSD), Algaci Túlio (PMDB) e João Cláudio Derosso (PSDB) foram citados nas matérias porque funcionários de seus gabinetes receberam verbas de publicidade da Câmara de Curitiba. Já Francisco Garcez(PSDB) recebeu essa verba em sua própria empresa, a Folha do Boqueirão, que dirigiu até setembro de 2011.
Salamuni pediu em plenário para que todos os vereadores citados deixem os cargos que ocupam hoje na Câmara. Cordeiro é presidente da Casa, Hinça é corregedor-geral e Garcez é presidente do Conselho de Ética. Salamuni recomendou, também, que Prado e Algaci deixassem a liderança de seus partidos, apesar de considerar que esse assunto é de foro exclusivo das próprias legendas. O pedido não foi feito de forma oficial.
Já Renata apresentou um requerimento pedindo que Cordeiro, Prado, Hinça, Algaci e Garcez sejam afastados de seus cargos e, também, dos mandatos de vereador. A parlamentar diz que já planejava fazer apresentar esse requerimento antes das declarações de Salamuni em plenário. O documento não cita Derosso. A votação será na quarta-feira (2).
Bate-boca
O pedido de Salamuni acabou resultando em bate-boca e troca de acusações em plenário. Garcez acusou o vereador de destinar emendas parlamentares para a União dos Escoteiros do Brasil, entidade da qual ele teria sido presidente.Salamuni respondeu dizendo que não estava sendo investigado e que o repasse teria sido feito para a Conferência Mundial Escoteira, evento realizado em 2010 que recebeu patrocínio da própria prefeitura, segundo o parlamentar.
Série Negócio Fechado
A série Negócio Fechado é fruto de um trabalho de investigação feito por repórteres da Gazeta do Povo e da RPC TV. Durante três meses, a equipe de jornalistas montou uma base de dados com informações contidas em mais de 10 mil páginas referentes à execução do contrato de publicidade da Câmara Municipal de Curitiba. A documentação consultada representa menos de 10% dos R$ 34 milhões gastos com propaganda pelo Legislativo. A reportagem analisou notas fiscais, recibos, contratos, certidões e cópias dos serviços prestados por empresas subcontratadas pelas agências Visão Publicidade e Oficina da Notícia, que venceram a licitação de publicidade da Casa
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