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Sessão de ontem da Câmara de Curitiba foi tranquila, apesar das novas revelações | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Sessão de ontem da Câmara de Curitiba foi tranquila, apesar das novas revelações| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Outro lado

Ex-vereador e jornal negam irregularidades

O ex-vereador Valdenir Dias, um dos citados na reportagem de domingo sobre o relatório da auditoria do TC, procurou ontem a Gazeta do Povo. Ele afirmou que a funcionária Maria Eliane de Lima não era sócia de empresa beneficiada por recursos da verba de publicidade da Câmara de Curitiba enquanto era servidora lotada no gabinete dele. Destacou ainda que jamais utilizou qualquer valor de dinheiro público para promoção pessoal.

Já o Jornal Fazendinha, também citado no relatório, informou que prestou serviços publicitários, emitindo recibos mensais em nome do então vereador Celso Torquato. A empresa diz que recebeu verba do espaço publicitário assim como acontece em anúncios comerciais. "Certos de que nenhuma irregularidade tenha neste processo de vendas de espaços, é importante frisar que a empresa A. Jubanski Empreendimentos Jornalísticos [que edita a publicação] não possui qualquer vínculo com a Câmara Municipal de Curitiba, como acontece em casos de vereadores donos de jornais", diz o texto encaminhado ao jornal.

Aos demais citados nas reportagens sobre irregularidades na Câmara, a Gazeta do Povo reitera que o espaço está disponível para que apresentem argumentos e justificativas.

A revelação de que 3 vereadores e 11 ex-vereadores usaram verba de comunicação da Câmara de Curitiba para autopromoção, segundo auditoria do Tribunal de Contas do Paraná (TC), teve pouco impacto no Legislativo municipal. Numa sessão tranquila, poucos falaram ontem sobre o assunto. O presidente da Câmara, Paulo Salamuni (PV), disse que é hora de "esperar" a conclusão das investigações do TC para eventualmente abrir processo disciplinar contra os vereadores envolvidos. Salamuni reafirmou, porém, que a Câmara cortará ao máximo a verba de publicidade – promessa que já havia feito ao ser eleito para comandar a Casa, no início de janeiro.

"Agora é o momento de esperar, mas isso não quer dizer que não estamos abertos ao diálogo. Vamos buscar transparência para esclarecer os fatos", disse Salamuni. Segundo ele, somente a partir do resultado definitivo do relatório do TC sobre as irregularidades na propaganda da Câmara é que serão tomadas as medidas cabíveis, de acordo com a Lei Orgânica.

"Reverteremos aí o caso para a Comissão de Ética, para apurar se houve algum problema de decoro ou atividade não condizente com sua função de vereador. A Câmara é a primeira interessada em recuperar esses recursos para os cofres públicos e vamos ver isso junto com o Tribunal de Contas e com o Ministério Público", afirmou Salamuni.

A auditoria do TC produziu um relatório preliminar. Os suspeitos terão tempo de apresentar sua defesa. Após isso, os conselheiros do tribunal julgarão o caso. Não há previsão de término do processo. Mas se estima que tudo leve pelo menos um ano – prazo que a Câmara, segundo Salamuni, deve esperar.

O presidente da Casa ainda disse que as suspeitas de irregularidades, ocorridas em gestões passadas, não voltarão a se repetir. "Vamos usar apenas a verba mínima para publicidade, o suficiente apenas para a publicações oficiais. Seremos a Câmara com a menor verba [per capita] do estado [para comunicação]."

Dos três vereadores citados no relatório do TC como beneficiários da verba de comunicação, apenas Tito Zeglin (PDT) não falou ontem com a imprensa. Zé Maria (PPS) disse que precisa verificar quais são os veículos de comunicação que publicaram material envolvendo seu nome, quem autorizou e quem pagou. "Vou aguardar porque não sei nem do que estou sendo acusado. Esse tipo de gasto não passava pela mão da gente", disse.

Atual líder do prefeito na Câmara, Pedro Paulo (PT) afirmou desconhecer a subcontratação, feita por uma das agências que administravam a verba de publicidade da Casa, da empresa de seu ex-servidor Marcio Garcia Mainardes para executar serviços de comunicação. Pedro Paulo ainda questionou o conceito de promoção pessoal usado pelo TC. "Os vereadores têm a divulgação de seu mandato como a ‘instituição’ mandato, não como uma promoção pessoal. Eu não me senti beneficiado com essas publicações, até porque as pessoas já conhecem meu trabalho", disse o vereador.

Outros dois vereadores comentaram a auditoria do TC. Segundo o relatório, servidores deles se beneficiaram da verba de publicidade da Casa, mas os parlamentares não. Serginho do Posto (PSDB) e Professor Galdino (PSDB) declararam que os servidores, envolvidos no esquema, foram exonerados assim que foram notificados.

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