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| Foto: José Cruz / ABr

Ao mesmo tempo em que pode aliviar a relação com o PMDB, a reforma ministerial negociada pela presidente Dilma Rousseff produz efeitos colaterais negativos na base do governo. O adiamento do anúncio das mudanças para esta semana amplia o clima de “saldão” na Esplanada. Setores do PT e legendas como PDT, PR, PP, PSD e PTB atuam para proteger ou aumentar espaços.

O primeiro desafio da presidente é o cobertor curto, já que as mudanças estão ligadas à redução de 39 para 29 pastas. A promessa de ampliar o peso do PMDB despertou disputas entre caciques do partido e ciúmes em outras siglas.

Dança das cadeiras

Confira quem perde e quem ganha com a reforma ministerial

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Após o vice-presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, do Senado, Renan Calheiros, se recusarem a fazer indicações, Dilma partiu para o corpo a corpo com as lideranças do PMDB na Câmara e no Senado. A principal oferta da petista é a ocupação do Ministério da Saúde por um deputado federal do partido. Na mesma linha, caberia ao PMDB da Câmara o Ministério da Infraestrutura, resultado da fusão de Aviação Civil e Portos. Dentre os indicados para o cargo, está o paranaense Sérgio Souza.

O pacote gerou um efeito-dominó. Alas do PT não aceitam deixar a Saúde. O PTB não quer sair do Desenvolvimento e o PP tem receio do interesse dos peemedebistas em assumir a Integração Nacional. Já o PSD tenta evitar a possível extinção do Ministério da Micro e Pequena Empresa.

“Uma reforma dessas só dá certo no começo do mandato. Depois que está todo mundo alojado o desgaste é inevitável”, diz Alex Canziani (PTB-PR). Mesmo tendo se declarado “independente”, metade da bancada petebista ainda vota com o governo. “Se perder o ministério, a proporção dos que votam com a oposição cresce.”

Na semana passada, o clima da reforma gerou efeitos positivos e fez com que o Congresso mantivesse 26 vetos da presidente. O teste mais difícil para os acordos, no entanto, ficou para quarta-feira, quando serão votados os demais vetos. Dois deles são os mais importantes para o sucesso do ajuste fiscal de Dilma, os que tratam do reajuste dos servidores do Judiciário e da mudança na política de aumento do salário mínimo dos aposentados. Juntos, terão um impacto de R$ 15,7 bilhões no orçamento de 2016.

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